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Esquadrão Classe A

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Eu me lembro bem da época em que era moleque e durante a tarde passava uma penca de seriados legais na Globo e SBT, desde Super Máquina à Moto Laser, passando por McGiver – Profissão: Perigo, Magnun e Esquadrão Classe A. Aqueles anos de infância trazem lembranças bem legais e com certeza estes seriados fazem parte desta lembrança.

Eu citei isso porque com certeza este remake foi feito pensando nos fãs antigos que hoje tem seus 30 anos de idade e lembram-se muito bem de Hannibal, B.A., Murdock e Cara de Pau aprontando as coisas mais absurdas para resgatar pessoas ou agir conforme lhes era pago e, ao mesmo tempo, lutavam para provar sua inocência. Porém, no seriado, os 4 eram ex-boina-verdes do exército americano que foram acusados de traição e presos na mesma cadeia. Lá, eles se unem para fugir e provar sua inocência enquanto ajudam aqueles necessitados que podem pagar por seus serviços.

No reamke, o grupo é formado pelos Rangers, um dos braços do exército americano, que após uma série de missões bem sucedidas no Iraque, acabam caindo em uma armadilha armada por um agente da CIA e um membro de um grupo de mercenários chamado Black Forest (para não ter que citar os famosos mercenários Black Water). Eles são presos e acabam tendo de fugir para poder provar sua inocência.

Antes de mais nada, uma coisa que me assustou é que realmente existe história e não só desculpas para cenas de ação. Além disso, o humor é dinâmico e o quarteto principal mostra claramente que houve uma boa interação entre eles, com as falas e piadas saindo naturalmente. Especialmente Sharlto Copley (Murdock), que me surpreendeu muito interpretando a loucura do personagem, bem como soube se distanciar bem de seu personagem em Distrito 9.

Bradley Cooper (Se Beber não Case) interpreta o Cara de Pau, que antes de mais nada usa sua boa aparência para conseguir o que quer, sem ter que usar violência, não que ele ele não saiba manusear uma arma. Ele é quem faz o contra ponto com a tenente Sosa, personagem de Jessica Biel, uma espécie de investigadora do exército que foi responsável pela tentativa de prisão do grupo quando eles foram acusados injustamente.

Quinton ‘Rampage’ Jackson é o novo e aperfeiçoado B.A. Barracus, o braço forte do grupo. Na série original sabia-se que B.A. tinha medo de voar, mas pelo que eu lembre, nunca foi devidamente mostrado. Logo no começo do filme descobrimos que a culpa disso tudo é de Murdock, devido a uma manobra extremamente arriscada que quase os mata e causa o trauma em B.A. Apesar do carisma que Mister T aplicou ao seu B.A., não vejo sua nova encarnação como falha, mas sim adaptada aos novos tempos.

Por fim, Liam Neeson soube criar um novo Coronel Hannibal melhor que o original, sabendo ser diferente e ao mesmo tempo respeitando o primeiro. As estratégias de Hannibal são repletas de situações absurdas, da mesma forma que o original, mas agora a violência está permitida, coisa que no seriado matriz era proibido.

Tendo isso sido dito, não há muito o que se falar sobre a história. O que me surpreendeu foram alguns momentos de real empatia e interação entre os quatro. Irmãos de guerra que se viram em meio a uma armação que encobria o roubo de plaquetas usadas para fabricar dólares, que para todos os efeitos eram originais. Na duração de todo o filme, o que predomina é o humor e ação, mas ainda assim é permitido à platéia dar uma breve olhada na alma de cada um daqueles soldados, especialmente B.A., aquele que é com certeza melhor explorado, tendo ficado menos caricato do que sua versão original. Os puristas que se agarrem nas cadeiras, mas a versão nova é mais honesta e simpática.

Porém, comparar este novo filme com o seriado é um crime. Afinal, o diretor Joe Carnahan não queria refilmar o original, mas sim prestar uma homenagem usando a mesma premissa e personagens. Comparar seria injusto para ambas as versões. O que importa é saber que como filme, este consegue entreter aqueles que querem diversão simples e aqueles que querem uma história levemente inteligente que tem suas reviravoltas, todas esperadas é claro, mas que não insultam o espectador de forma alguma.

É uma dica boa para se ir ao cinema e divertir, seja com namorada, amigos ou sozinho.

J.R. Dib

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