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Festival do Rio 2022 – Decisão de Partir e a excelência de Park Chan-Wook

Um dos cineastas mais potentes de sua geração, Park Chan-Wook é um dos principais catalisadores da onda de filmes produzidos na Coreia do Sul nos anos 2000 que fizeram com que o país asiático se tornasse o forte exportador de cultura pop que conhecemos hoje. Não só seus filmes, mas séries e música pop já se incorporaram naturalmente ao consumo ocidental.

Chan-Wook chamou a atenção do mundo com a trilogia da Vingança, formada por Mr. Vingança, Oldboy, que o catapultou para a fama mundial, e Lady Vingança. O vínculo entre os três longas é o tema da vingança, ética, violência e salvação, que permeariam suas obras futuras.

Em “Decisão de Partir”, seu primeiro longa-metragem para o cinema desde o magistral “A Criada”, de 2016, o diretor conta a história de um detetive eficiente e meticuloso que investiga um possível assassinato em um remoto vilarejo de montanha. Todavia, lá ele começa a desenvolver um caso de amor com a viúva da vítima, que, justamente, pode ser a principal suspeita.

Como roteirista, Chan-Wook, em parceria com sua colaboradora de longa data Seo-kyeong Jeong, constrói um envolvente e desconcertante jogo de gato e rato do qual o espectador se torna literalmente refém.

Como diretor, ele confirma seu apogeu, com uma condução sofisticada, explorando de maneira vertiginosa formas geométricas, enquadramentos cirúrgicos, sempre amparado pelo impecável trabalho de fotografia de Jisun Back.

A chinesa Tang Wei é a dona do show. Com um trabalho minimalista de interpretação, ela consegue transmitir toda a aura de mistério e confusão que intriga o espectador, no melhor estilo das femmes fatales do cinema clássico. É impossível não se render a ela em todo momento em que entra em cena.

A pobre vítima de seu ardil é o detetive Hae-jun, interpretado com elegância por Park Hae-il, que também bebe na fonte dos detetives do cinema noir dos anos 40, tanto quanto Harrison Ford ao compor Rick Deckard em Blade Runner.

O elenco de coadjuvantes também merece bastante atenção, sobretudo a atriz Lee Jung-Hyun

Por fim, “Decisão de Partir” é a excelência de Park Chan-Wook exposta, não deixando dúvidas que já consta no hall dos diretores que a cada obra nos brinda com uma pérola fílmica, e nos deixa ansiosos pelo que vem a seguir.

Decisão de Partir

Decisão de Partir
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