Guven (Güven Kiraç) tem a vida ideal. Trabalha em uma empresa de contabilidade e é extremamente devotado à filha e à esposa. Quando ganha uma nova colega de trabalho, Arzu (Sezin Akbasogullari), sua paz fica ameaçada. Em pouco tempo, ela começa a investigar pontos estranhos na fachada de felicidade de Guven, descobrindo que cinco anos antes ele perdera a amada esposa, grávida de oito meses.
Arzu tem seus próprios problemas, uma vez que está separada do marido e sua filhinha não gosta muito disso. Já Guven ainda tem que lidar com uma ameaça de despejo, pois o prédio onde mora corre o risco de ser vendido e demolido, e as suspeitas sobre os roubos praticados pelo contador da empresa recaem sobre ele. A relação com a colega o faz enfrentar sua tragédia, e os caminhos que levaram sua esposa a morrer num acidente em uma encruzilhada se revelam, mostrando que há mais em comum entre ele e Arzu do que ambos podiam pensar.
O filme de Selim Demirdelen funciona. Não é impossível adivinhar as surpresas do roteiro, e o ritmo pode ser cansativo em alguns momentos, mas é difícil não simpatizar com Guven e sua maneira de lidar com a dor. A encruzilhada do título é o lugar onde a história dos personagens começa a se intercalar, mas também a proposta do roteiro, com as vidas de Arzu, Guven, seus cônjuges e colegas de trabalho se cruzando e batendo o tempo todo, como no acidente vitimou a família de Guven.
Não tenho como falar muito sobre o tipo de cinema que é feito na Turquia, já que não conheço, mas destaco a performance de Sezin Akbasogullari. Bela e competente, a atriz consegue manter Arzu simpática, mesmo quando ela começa a investigar a vida do colega, e dá o tom certo quando a personagem percebe sua ligação com a história de Guven.
Comente!