Continuação de Vida Nua (1975), An Englishman in New York segue com a vida de Quentin Crisp após o filme biográfico tê-lo levado da Inglaterra aos Estados Unidos.
O filme de 1975 fez de Quentin um “herói gay”, por mostrar a solidão e a violência à que ele foi exposto crescendo em Londres na primeira metade do século XX. Com os cabelos tingidos e muita maquiagem, Quentin era frequentemente agredido, mas nunca baixou a cabeça, sem contudo revidar. Nos libertários anos 70, virou ícone, e quando foi convidado para se apresentar em Nova York, conheceu a cidade que o acolheria. Como muitos antes e depois, se apaixonou por Manhattan.
Suas declarações polêmicas sobre diversos assuntos divertiam e irritavam a muitos, mas quando a epidemia da Aids atingiu a comunidade gay com força total, sua declaração de que a doença era só “uma moda passageira” não foi muito bem recebida.
Vivendo dos convites para jantares e vernissages que recebia, Quentin só voltou a se apresentar (seu show era metade um monólogo sobre sua vida, metade uma sessão de perguntas e respostas) nos anos 90. Ele morreu em 1999, pretes a fazer uma apresentação especial de retorno a Inglaterra.
Polêmico, sofrido, engraçado e muitíssimo inteligente, Quentin Crisp é um personagem e tanto, e John Hurt mais uma vez o interpreta magistralmente. Juntos, Vida Nua e An englishman in New York contam a história de um homem único, um ícone da cultura gay, e ainda conseguem denunciar os problemas dessa cultura. Sensacional.









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