” Se alguém fizesse alguma coisa contra ela, eu certamente mataria essa pessoa. Mataria! Mas consigo pensar em pelo menos 100 pessoas que amo mais do que minha mãe”.
Eu matei minha mãe (J`ai tué ma mère) foi escrito, dirigido e estrelado pelo jovem ator Xavier Dolan. Com a narrativa entrecortada por cenas onde o rapaz está “pensando alto” sobre o assunto, conhecemos o jovem Hubert (Xavier Dolan) e sua relação de amor e ódio com a mãe, Chantale (Anne Dorval).
Drama e humor se misturam num filme de alma adolescente, mas que discute com precisão uma relação universal. Hubert questiona se a mãe teria talento para ser mãe, mas também se ele foi feito para ter uma. Esse amor que muitas vezes é tratado como algo natural é posto em cheque, uma vez que não é só a proximidade da relação que faz que duas pessoas se entendam, admirem, respeitem ou amem.
No cotidiano dos dois, mesmo as pequenas coisas parecem irritar e distanciar. Hubert não admira o gosto exagerado da mãe; Chantale não entende a rebeldia do filho. Hubert esconde sua homossexualidade da mãe; Chantale coloca o filho num colégio interno. A relação de cumplicidade entre o namorado e sua própria mãe só mostra para Hubert como seus sentimentos pela sua são questionáveis.
No fim das contas, mãe e filho sentem saudade da relação que tinham quando um era uma criança e a outra era uma heroína.
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