Festival do Rio: “Girimunho” e a amplitude de um Brasil complexo

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Segundo indicado na Premiere Brasil do Festival do Rio 2011, Girimunho é mais um filme na competição talhado por novos talentos.

Primeiro longa-metragem dos diretores Helvécio Marins Jr e Clarissa Campolina, o filme dá uma mostra do frescor que a nova geração vem injetando no cenário nacional. Trafegando pela linha tênue entre ficção e documentário, a dupla acompanha a vida de duas senhoras no sertão de Minas Gerais. Elas não são atrizes, mas foram dirigidas como tal pela dupla, resultando numa dramatização quase literal de seus cotidianos.

É interessante perceber em como essa questão acaba permeando todo o longa, já que ficamos intrigados em até onde vai a ficção e a “vida real” do que é mostrado na tela. As peculiaridades (e a isso soma-se o “dialeto” e as relações familiares) são a tônica da história que perpassa pelo viés sobrenatural e até comportamental, principalmente entre Bastu (Maria Sebastiana Alves) e seus netos. Ou seja, os diretores acertam ao optar por impor aquele universo pelas vias do minimalismo (semi) espontâneo.

Claro que a ambiência do lugar em sua exuberância obsoleta faz com que a produção seja um deleite aos olhos, ajudada por uma fotografia bem pontual e condescendente.

Um singelo e emocionante retrato de um Brasil que cada vez mais temos consciência que não conhecemos.

[xrr rating=3.5/5]

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