Janis Joplin é um dos maiores símbolos do rock americano dos anos 60 e da geração flower power. Mas, como todo bom fã sabe, nem tudo eram flores na vida da texana de voz negra, uma das maiores cantoras de bluegrass que já existiram. Em sua curta existência, a cantora deixou sua marca indelével na história do rock, mas ninguém levava fé que a adolescente feiosa se tornaria um ícone.
O documentário “Janis Joplin: Little Girl Blue” (Janis: Little Girl Blue, EUA/2015) vem com toda a pompa de definitivo, lançado nesses 45 anos da morte prematura da cantora aos 27 anos. O filme segue a estrutura convencional de um documentário sobre uma personalidade do showbiz, com depoimentos de familiares, amigos e parceiros de trabalho.
A trajetória de Janis é mostrada em ordem cronológica, através de fotos da infância e da adolescência, filmes de arquivo e gravações de depoimento em áudio feitas pela própria. Abrangendo a fase com a banda Big Brothers e a carreira solo, o documentário, como era de se esperar, não deixa de fora a passagem pelo festival Monterrey Pop Festival em 1967, e Woodstock em 69 e o Festival Express, aquele em que os artistas fizeram uma turnê pela América do Norte viajando de trem, e ganhou um filme em 2003. Até a viagem ao Brasil para o carnaval do Rio de janeiro em 1970 é lembrada (mas o Sergei não deu seu depoimento, por que será?).
Apesar de seguir a receita de bolo padrão de um documentário de roqueiro – imagens de arquivo, sequências de shows ao vivo e depoimentos – “Janis Joplin” se faz épico pela força da personagem. Por mais que a maior parte do que é abordado no filme seja de amplo conhecimento dos fãs, nunca é demais revirar imagens de arquivo e ouvir o vozeirão da cantora em um potente sistema de som de uma sala de cinema.
É dessa forma que permitimos que Janis Joplin se faça presente com toda a força até hoje. Afinal, um dos grandes poderes da arte é justamente perpetuar o artista através de gerações.
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