Festival do Rio: O Clone Volta para Casa

O Clone Volta para Casa 01

O Clone Volta para Casa não é um filme facíl, mas sob olhar atento torna-se uma grande obra de ficção-científica, tanto no cenário japonês quanto global. Descrente? Siga a estrada de tijolos amarelos…

Num futuro próximo, Kohei Takahara é um astronauta japonês que concorda, por insistência de seus superiores, em participar de um programa de clonagem humana cujo intuíto é criar uma cópia em caso de morte inesperada, para assim, dar continuidade a vida aonde esta foi interrompida. Após um acidente fatal na órbita terrestre, Kohei é trazido à vida novamente pelo projeto, mas algo sai errado e a memória de Kohei regride para a trágica momento da morte de seu irmão gêmeo ainda em sua infância. Enquanto os cientístas envolvidos no projeto buscam compreender o que saiu errado, o ‘novo’ Kohei escapa do laboratório para uma jornada lírica de volta à casa onde viveu sua infância… carregando em suas costas o simulacro de seu irmão.

Magistralmente conduzido por Kanji Nakajima, escritor e diretor, O Clone Volta para Casa poderia ter caído facilmente nas armadilhas do gênero, como excesso de efeitos especiais, pedantismo político/filósofico ou ainda absurda estilização oriental. Felizmente nada disso está presente, Nakajima foge destas convenções e concentra sua energia em trabalhar na (fabulosa) fotografia, na trilha sonora (bela e adequada), e atuações (sólidas), principalmente com o ator Mitsuhiro Oikawa.

O Clone Volta para Casa 02

É inevitável colocar O Clone Volta para Casa com outros grandes clássicos do sci-fi, como 2001 – Uma Odisséia no Espaço de Stanley Kubrick; Solaris de Tarkovsky; ou ainda Bladde Runner de Ridley Scott. Estas produções, mais do que utlizarem a linguagem da ficção-científica, possuem como objetivo comum oferecer contemplação sobre o ser e a humanidade. Em O Clone Volta para Casa, Nakajima aproveita as múltiplas identidades do(s) protagonista(s) para instigar uma reflexão sobre significado de memórias, identidade, vida e morte, sonhos e ainda responsabilidade científica.

Lembro por fim que o filme possui produção executiva de Wim Wenders, filósofo alemão que se tornou um dos cineastas mais respeitados da atualidade. Precisa de mais?

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