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Festival do Rio: Diretor de "Trash" diz que filme é sobre a Amizade

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RIO DE JANEIRO - 07 OUTUBRO - Brasil - Coletiva de imprensa e Photocall com elenco e realizadores do filme Trash no hoyel Windsor Atlantica em Copacabana. Foto: Rogerio Resende/R2Foto
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No dia 7 de outubro, penúltimo dia do Festival do Rio 2014, aconteceu a entrevista coletiva com o diretor Stephen Daldry, o roteirista Richard Curtis e parte do elenco do filme “Trash – A Esperança vem do lixo”, que foi lançado mundialmente no fim da mostra. Daldry e Curtis explicaram que resolveram fazer o filme (que é baseado no livro “Trash”, de Andy Mulligan)  ambientado no Brasil porque o país tinha uma ótima indústria cinematográfica. Além disso, eles queriam trabalhar com a O2, produtora de Fernando Meirelles, por ser conhecida pelo seu profissionalismo. Questionado sobre como foi escrever um filme ambientado no Brasil, Curtis confessou que teve que mudar seu método de trabalho para que a trama mantivesse sua integridade e que contou muito com a ajuda de Felipe Braga para saber como seus personagens deveriam se comportar corretamente durante as situações apresentadas na trama.
Em "Trash", Wagner Moura interpreta José Angelo. (Foto: Divulgação) Em “Trash”, Wagner Moura interpreta José Angelo. (Foto: Divulgação)
Wagner Moura, que interpreta José Angelo em “Trash”, disse que foi incrível trabalhar neste filme com Daldry e que gostou de seu olhar diferente para criar uma história ambientada no Brasil. Ele disse que gostaria de filmar mais com o diretor e brincou ao dizer que seria chamado para uma nova produção comandada pelo britânico quando tivesse um personagem “que falasse inglês com um acento estranho”. Já Selton Mello, que vive o corrupto policial Frederico, disse que não andava muito estimulado como ator e, por isso, estava dirigindo mais nos últimos anos. Mas a sensibilidade de Daldry deu a ele uma nova vontade para atuar. Além disso, o trabalho dele com os três meninos que protagonizam a trama foi estimulante porque, como os garotos não eram atores profissionais, ele teve que estar aberto para reagir espontaneamente também o deixou bastante satisfeito.
Diretor, roteirista, produtores e elenco de "Trash" estiveram na coletiva. (Foto: Divulgação) Diretor, roteirista, produtores e elenco de “Trash” estiveram na coletiva. (Foto: Divulgação)
O diretor também explicou que encontrou Rickson Tevez (que vive Raphael), Eduardo Luis (que interpreta Gardo) e Gabriel Weinstein (Rato) após vários testes de elenco que duraram meses e que a escolha final se devem bastante ao olhar do codiretor Christian Duurvoort. Para ele, foi necessário ver o brilho nos seus olhos para saber que eles eram ideais para o que estavam procurando, algo que despertasse o desejo para trabalhar junto com os garotos. Daldry também acrescentou que quis fazer um filme sobre a amizade e a esperança e que adorou em fazer cenas de ação, algo que era inédito em sua filmografia, assim como Curtis, que nunca tinha escrito algo deste estilo. O cineasta e o produtor Kris Thykier também ressaltaram a boa relação entre as equipes brasileira e britânica (da Working Title) para a realização do filme.
O ator Selton Mello vive um policial civil corrupto em "Trash" (Foto: Divulgação) O ator Selton Mello vive um policial civil corrupto em “Trash” (Foto: Divulgação)
O ator André Ramiro, que interpreta o agente penitenciário Marco, elogiou o roteiro de Curtis e ressaltou que a maneira que todos se empenharam em fazer o filme representa a humildade e a honestidade do povo brasileiro. “É um filme sobre fé e sobre acreditar na coisa certa, fazer a coisa certa. Acredito que, independente da nacionalidade do Stephen (Daldry), eu acho que esse é um sentimento mundial”, disse Ramiro, que traçou um paralelo entre “Trash” e “Tropa de Elite”, onde interpretou o policial Matias (seu personagem mais famoso), na questão de que o filme pode dar um caminho e uma profissão para os meninos. Já José Dumont, que viveu o policial Carlos, fez muita gente rir ao dizer que o diretor era “louco” ao colocá-lo para fazer cenas de ação, apesar de sua idade: “Obrigado, Stephen. Você quase me matou, mas muito obrigado!”, brincou Dumont. Mas ele também elogiou bastante o cineasta por não procurar soluções óbvias para o filme, que considerou “lindo”, e que fazia muito tempo que não participava de algo que tocasse tanto o coração das pessoas, que pode contribuir para melhorar o mundo, de alguma forma.
Wagner Moura, Selton Mello e os jovens heróis de "Trash" (Foto: Célio Silva) Wagner Moura, Selton Mello e os jovens heróis de “Trash” (Foto: Célio Silva)
Ao fim da entrevista, Stephen Daldry disse que tanto Wagner Moura quanto Selton Mello não foram somente ótimos atores como também grandes colaboradores para que sua direção fosse a melhor possível para o filme. Para Moura, o diretor tocou na questão da corrupção no país em “Trash” de uma maneira diferente do que tem sido feito no nosso cinema. O codiretor Christian Duurvoort também afirmou que a ideia era fazer um filme tão local, mas com uma mensagem universal, onde todos entendessem a questão de lutar por um mundo melhor. Os meninos Rickson Tevez, Eduardo Luis e Gabriel Weinstein apareceram quando a entrevista acabou e foram bastante aplaudidos pelos jornalistas.
Stephen Daldry, diretor de "Trash" também realizou "Billy Elliot", "O Leitor" e "As Horas". (Foto: Célio Silva) Stephen Daldry, diretor de “Trash” também realizou “Billy Elliot”, “O Leitor” e “As Horas”. (Foto: Célio Silva)
O Ambrosia conseguiu fazer uma rápida entrevista exclusiva com o diretor e o roteirista de “Trash – A Esperança Vem do Lixo” logo após a coletiva. Questionado sobre o que levou a escalar os americanos Martin Sheen para interpretar o Padre Julliard e Rooney Mara para viver a ativista Olivia, Stephen Daldry disse que ele foi sua primeira escolha para o papel e ela foi chamada por causa de sua experiência com trabalho voluntário em outros países. Já Richard Curtis, famoso pelos seus roteiros de comédias românticas como “Um Lugar Chamado Notting Hill”, “Quatro Casamentos e um Funeral” e “Simplesmente Amor” (que ele também dirigiu), explicou que decidiu escrever o texto de “Trash” porque adorou o livro e a ideia de fazer algo diferente além de querer trabalhar com Daldry. Além disso, ele também se disse excitado em fazer um filme sobre justiça social, onde jovens querem mudar o mundo. O roteirista lembrou que, além das comédias, também realizou produções para a TV sobre a malária e política global, e que adorou trabalhar no Brasil.
“Trash – A Esperança Vem do Lixo” estreia nos cinemas brasileiros no dia 9 de outubro.

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