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Festival do Rio: Com “Gravidade”, o Cinema reencontra sua essência

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Há filmes que existem para nos fazer relembrar o quão é fascinante e necessário o poder e a dimensão do Cinema. O excepcional “Gravidade” é desse linhagem que nos compartilha de seu vigor como exercício cinematográfico e, por que não, humanístico. Estrelado por uma (cada filme mais) interessante Sandra Bullock, com a co-participação de George Clooney, é um thriller de ficção científica em que um astronauta e uma engenheira médica devem trabalhar juntos para sobreviver a um acidente que os deixa à deriva no espaço.
GRAVITY
Uma equipe de astronautas e cientistas instala novas partes no telescópio Hubble quando uma nuvem de detritos está chegando em alta velocidade à sua posição. Numa fração de segundos, o desastre impera a ponto de só sobrarem os dois e um tenso senso de sobrevivência. O cineasta Alfonso Cuarón tem uma espécie de obscuridade estética que tanto imprimiu no melhor filme da franquia de “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, e adornou o impiedoso e subestimado “Filhos da Esperança”. Um traço seu bem marcante é a forma como faz do clímax não um ponto final de uma determinada cena, mas sim uma extensão dramática do que quer dizer. Gravidade é assim em sua forma mais completa.
No instinto de sobrevivência e na tensão vinda disso. É verdadeiramente impressionante a habilidade de Cuarón em tirar nosso fôlego com o paradoxo de ter tão poucos elementos diante da imensidão espacial que retrata. E ele consegue. É importantíssimo assistir no cinema, de preferência em 3D para entender como essa tecnologia; quando bem empregada, pode ser tão sensorial e claustrofóbica. Pois são dessas sensações aterradoras que nasce um filme tão singelo, compassivo e catártico. O que o diretor consegue aqui é fazer da noção de gravidade àquilo que há muito o Cinema anda carecendo: atratividade honesta e inteligente ao tornar humano a percepção artística do próprio homem. Ao final, um Odeon completamente lotado aplaudia e ovacionava o que acaba de ver. Eu mal conseguia fazer a digestão da maravilha que acabara de assistir… IMPERDÍVEL!!!

[xrr rating=4.5/5]

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