Em meio aos conflitos políticos dos anos 60, auge da Guerra Fria, Elisa (Sally Hawkins) trabalha fazendo serviços de limpeza em uma instalação militar americana e em seu horário de almoço compartilha em silêncio momentos mágicos com o prisioneiro da instalação secreta. Destes breves encontros Elisa descobre o amor, peça fundamental de qualquer grande história, e de imediato “A Forma da Água” ganha novos contornos e diligência.
Guillermo del Toro é um dos cineastas mais talentosos de sua geração e seu novo trabalho é uma produção verdadeiramente impecável. Do roteiro à seleção do elenco, passando pela fotografia, trilha sonora e direção, tudo se encaixa e como resultado o filme se destaca nas principais premiações do cinema internacional…
Ainda assim, como seres humanos gostamos do exercício crítico. “A Forma da Água” possuí um grande problema que é sua obviedade. Não importa se você não possuí enorme bagagem cultural e não conhece a fundo o submundo da do cinema antigo. As referências à cultura pulp, os quadrinhos do Mike Mignola ou até às animações de Miyazaki, mesmo os momentos mais tocantes trazidos por Guillermo del Toro, sempre estão envolvidas numa sensação de história já contada
Este é o grande problema com a antecipação. Quem espera algo tão singelo e maravilhoso como “O Labirinto do Fauno” pode se decepcionar. “A Forma da Água” é tecnicamente perfeito e merece como cinema muitos prêmios, mas carece daquela magia que é cada dia mais difícil fora do cinema autoral. Exceção recente a esta regra é Dunkirk, no qual Christopher Nolan cria uma submersão cinematográfica utilizando todos os recursos que a Sétima Arte proporciona hoje sem precisar mastigar o roteiro do filme para o espectador.
Sem mais a criticar vale ressaltar as excelente atuações do filme. Sally Hawkins encanta e rouba todas as cenas do filme, mesmo quando contracena com a criatura aquática (prima do Abe). Michael Shannon, apesar da dicotomia de seu personagem Coronel Richard Strickland, apresenta uma atuação sólida como Octavia Spencer (Zelda), Richard Jenkins (Giles) e Michael Stuhlbarg como agente duplo Dr. Robert Hoffstetler/Dimitri Mosenkov.
Filme: A Forma da Água
Direção: Guillermo del Toro
Elenco: Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins
Gênero: Fantasia/Terror/Romance/Drama
País: EUA
Ano de produção: 2017
Distribuidora: Fox Film do Brasil
Duração: 2h 03 min
Classificação: 16 anos
Desfruto muito deste gênero de filmes, sempre me chamam a atenção pela historia. Michael Shannon fez um ótimo trabalho no filme. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Vi os horários de transmissão em: https://br.hbomax.tv/movie/TTL711416/Fahrenheit-451 deixo o link por se alguém se interessar. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.