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Harry Potter – O fim não é o fim

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Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 provavelmente parecerá ininteligível para quem não leu o livro. Junto com a primeira parte, esse filme é a mais fiel adaptação das (muitas) linhas de J.K. Rowling, ainda que algumas partes tenham sido omitidas (como a Sala Comunal da Corvinal, que eu queria muito ver) ou modificadas (algumas partes da batalha, principalmente, já que os recursos que o cinema oferece são diferentes da literatura, entre uma coisinha aqui e outra ali que não muda o andar da coisa).

A história já é conhecida: Harry está procurando as horcruxes para destruí-las e finamente liquidar Voldemort. E ele nunca faria isso sem a presença dos amigos. Assim como na Pedra Filosofal, a ajuda deles é absolutamente crucial para que Harry consiga ter sucesso. O trio torna-se uma unidade impenetrável, que fica eternizada na última cena antes do epílogo (ali as lágrimas já começaram a se formar). Juntos, eles entram em Gringotes para conseguir uma das horcruxes. Helena Bonhan-Carter está fantástica imitando Hermione. A única coisa que eu ainda não entendo é porque a voz não muda na Poção Polissuco.

As coisas começam a ficar realmente boas quando eles chegam em Hogwarts. Neville (Matthew Lewis) está brilhante nesse filme e realmente rouba a cena, principalmente quando ele próprio conversa com Voldemort, e diz que não importa que Harry esteja morto, pois eles deveriam continuar lutando. A hesitação de Draco e a retirada da família Malfoy prova que nunca é tarde para recomeçar. Rever os alunos antigos também é ótimo – Cho Chang, Lilá Brown, Dino, Simas, Luna, todos estão lá. Só achei que Fred não teve o destaque necessário. Os Weasley sempre foram a família que Harry nunca teve, e a morte dele quase que passou batido.

Toda a batalha e a destruição nos fazem pensar em uma experiência catártica da própria autora, que escolheu o tema da morte quando ela mesma teve de lidar com isso após a morte da mãe. A criação do mundo de Harry Potter é algo muito pessoal, e ela não está excluída da lista de pessoas que sentem dor ao dar adeus ao personagem e ao mundo que esteve presente por tanto tempo em nossas vidas. A destruição de tudo isso é o modo como JK conseguiu colocar um ponto final na história de Harry para ela mesma.

Mas a cena mais forte e que arrancou lágrimas de muita gente foi a história de Snape (Alan Rickman). Nós ficamos tanto tempo sem entender suas atitudes, começando lá na Pedra Filosofal, quando ele defende Harry. E aqui está a explicação, como já havíamos lido no livro. A coisa é tão emocionante que chegamos a ficar com raiva de James Potter, o rapaz que fazia bullying com Snape em seus tempos em Hogwarts. E é quase difícil entender porque Lily escolheu James em vez de Snape. Esperamos que Jo nos revele mais sobre seu caráter em Pottermore.

Rony foi um alívio cômico perfeito, principalmente quando Gina aparece em Hogwarts. Rupert Grint deveria tentar mais papeis assim no futuro. Hermione, que sempre pensou mais com a cabeça, finalmente entregou seu coração para Rony, em um beijo que foi extensamente aguardado e aplaudido, e não decepcionou. Aliás, o mais legal desse último filme é ver como os personagens evoluíram. É esperado que, depois de uma batalha dessa magnitude, as coisas mudem mesmo. A ameaça que sempre pairou sobre o mundo bruxo finalmente teve fim. Harry entregou-se para a morte reunindo toda a coragem de um grifinório, acompanhado das pessoas mais queridas dele usando a Pedra da Ressurreição (que permanece perdida na Floresta Proibida), e foi parar em King’s Cross. A criatura que suscitou tantas perguntas na época do lançamento do livro acabou sendo o próprio Voldemort destruído. Acredito que JK tenha dado a dica para os produtores, e faz sentido que ele seja uma criatura que não pode ser ajudada, nas palavras do próprio Dumbledore, o mestre que tantas vezes tentou ajudar o jovem Tom Riddle.

E então chegamos ao epílogo. Apesar de bastante fiel, senti a falta de Teddy Lupin. Jo já havia falado em entrevistas que Teddy é a compensação do personagem de Harry. Apesar de órfão, ele tem Harry como padrinho presente em sua vida e não sofre tudo que Harry teve que sofrer. A caracterização física da família Potter está perfeita: Harry e Gina realmente parecem mais velhos, e Alvo Severo é a cara do Daniel Radcliffe. Já a família Weasley deixa um pouco a desejar (Emma Watson continua com cara de adolescente), mas é legal vê-los juntos no final. É nessa hora que tudo vem à tona: todos os anos que eles estiveram juntos na plataforma 9 e três quartos, todas as lutas, angústias, choros, alegrias, quadribol, varinhas, Hogwarts, professores, provas, feriados, Hogsmeade, criaturas e tudo o que faz com que Harry Potter seja o marco de uma geração. É claro que nada disso acabou. Os livros e os filmes entraram na história e estarão aí para sempre. Nas palavras de J.K. Rowling, Hogwarts sempre vai estar lá. Para todos nós.

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3 Comentários

  • A versão dublada do filme, a voz da Helena muda, fica a da Emma mesmo. Ainda não li legendado pra saber e tals, alias… a do Olho não mudou no cálice de fogo né? Não lembro de ser a voz do Tennant.

    Quando terminei de ver o filme, eu não parava de pensar ALAN RICKMAN, SEU LINDO!!!
    Que atuação foi a dele meu deus? Eu entrei em desespero com ele, quando ele vê a Lilian ali no chão. O filme foi do Alan Rickman e ele merecia uma premiação pela atuação dele do filme, foi extremamente linda… e eu não gosto do James (aka Tiago) por causa que ele infernizava o Snape e ficou com a mulher da vida dele.

    Sobre a Lily não ter ficado com ele, a J.K falou que ela não gostava do fascinio dele sobre as artes das trevas, por isso só o amava como um amigo, e alias, o Tiago me pareceu tão irritante, não sei o que ela viu nele.

    E na hora que a Luna chama o Harry na escadaria eu e minha amiga vibramos “AHHHH É A SALA DA CORVINAL” e… cadê? esperei tanto por isso e não teve, enfim.

  • Olho = Alastor Moody. era pra por olho tonto, mas só lebrava da versão portuguesa que é olho louco, dai ia conferir antes de postar e acabei esquecendo,. hwuhreua 😡

  • É eles voltarem pra Hogsmeade e eu começar a chorar. Não contaram direito a história da familia Dumbledore, não mostraram o filho do Lupin, a Molly não matou com um Avada Kedavra muito merecido… Mas ok, é um filme, nunca será sensacional quanto os livros, e é por isso que continuamos a rele-los!

    Achei Alan Rickman fantastico também, me arrancou muitas lágrimas nas cenas da penseira! Maldito! Vou ver de novo e chorar mais, haha! Helena também achei impectavel fazendo a Hermione, perfeita!

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