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Ilha do Medo – Não se deixe enganar pelo título.

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Ilha do Medo é um daqueles típicos filmes que engana muita gente. A tradução do título original da a entender que se trata de um filme de terror. Mas, ele acaba sendo bem mais que isso, passa a ser um filme “cabeça”.

Era uma simples Segunda-Feira, mas a sala do cinema estava lotada. A príncipio eu achei estranho, até me incomodei com o falatório que provinha dos adolescentes sentados no final da sala. Mas esperei que tudo aquilo parasse com o começo do filme.

Nele Scorcese mais uma vez nos abrilhanta com uma película impecável e profunda. Me atrevo até a dizer que é um filme para poucos.

O diretor nos conduz a uma trama envolvente que tem como peça principal, um DiCaprio velho, amargurado e confuso. E é ele quem nos leva a Shutter Island (título original) uma ilha  que serve como hospital psiquiátrico para detentos e outros casos considerados impossíveis de curar. DiCaprio é o Agente Teddy Daniels a serviço dos federais e junto com seu novo parceiro, Chuck Aule (Mark Ruffalo), tem como missão descobrir o paradeiro de uma paciente.

No Hospital ele encontra muita dificuldade em dar seguimento a investigação pois o Dr. Cawley (Ben Kingsley) se limita a responder as perguntas  e não permite acesso dos federais a certos locais da ilha, tal como o terceiro prédio, que é de segurança máxima.

Eis que um furacão engolfa a ilha, cortando qualquer tipo de comunicação com o mundo exterior. Após o furacão, outro pacientes “escapam” dificultando um pouco mais as investigações, e é no meio de um clima gelado que o agente Teddy começa a desconfiar de tudo: suas lembranças, seu parceiro, da investigação e até de si mesmo.

Vou me limitar a contar isso do filme, como se fosse uma sinopse mesmo, porque qualquer informação extra que eu der, vai estragar a história, confiem em mim.

Nem preciso dizer que um silêncio absurdo pairava no cinema. Todo mundo estava ali concentrado na telona. O filme é lindo visualmente, tem uma das mais belas fotografias que já vi ultimamente no cinema. Eu simplesmente babei na fotografia, porque é parte do meu trabalho e é meu sonho para o futuro. Sério, eu choquei com esse diretor de fotografia, o Robert Richardson. Ele já fez filmes como Bastardos Inglórios, Kill Bill volumes 1 e 2, Nascido em 4 de Julho e até Platoon. Sua dedicação com a luz, a iluminação de pequenos detalhes do cenário, a mistura das cenas em preto e branco com cores, a escolha dos tons frios, foi uma das peças chave para o filme. Bravo. Vou passar a prestar mais atenção nele daqui pra frente.

Senhor Martin Scorcese, conseguiu mais uma vez acertar em cheio. Ele tem preferência por trabalhar com um elenco pequeno, mas que no final acabam dando um show de interpretação e mergulham fundo em seus personagens.
DiCaprio e Ruffalo formam uma dupla sensacional, mas ainda assim DiCaprio consegue roubar a cena, mostrando total comprometimento com o personagen e nos fazendo pensar da mesma forma que ele.

O filme é baseado no livro de mesmo título em português (Paciente 67 no original) do autor Dennis Lehane, que tem outros dois filmes baseados em obras suas que são: Sobre Meninos e Lobos e Medo da Verdade. A trilha sonora também é bastante interessante, mas peca em alguns momentos por querer passar suspense aonde não existe ou não pode ser criado. Talvez seja porque Martin quis fazer uma homenagem aos filmes de suspense da década de 60 que abusavam da trilha sonora e em alguns momentos até tomavam conta da cena.

Por isso não se deixe enganar pelo título, pois Ilha do Medo é muito mais que um filmeco comum de terror. É uma grande obra de um renomado diretor e vale seu ingresso no cinema.

Não se guiem pelos seus medos e lembrem-se: prestem atenção nos detalhes.

Melissa.

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2 Comentários

  • Hi there…
    Ilha do Medo é um daqueles filmes que salta aos olhos tamanho empenho dos envolvidos.
    Não se engane com o lance da trilha sonora, aquilo é proposital…usar uma música extremamente climática para uma cena whatever…rsrs

    Abs

  • Denis Lehane é um ótimo autor. Lembro que li como uma louca Sobre Meninos e Lobos (e não vi o filme todo, mas sei que também é phoda). E só por ser uma adaptação de uma obra dele Ilha do Medo merece ser visto.
    Mas juntando Scorcese e DiCaprio, melhor ainda. Eu odiava o DiCaprio, não conseguia tirar Titanic da cabeça ao pensar nele, mas os últimos filmes dele fez com que o Titanic afundasse de novo. Esse até no cinema tenho vontade de ver.

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