Entre os dias 30 de maio e 02 de junho, o Cine Satyros Bijou apresentará a 4a edição do CINEFESTIVAL INTERNATIONAL DE ECOPERFORMANCE, que conta com 60 obras de 33 países, de gêneros como eco[po]éticas, eco-dramas, eco-documentários e eco-animações. A entrada é franca.
Idealizado pela coreógrafa brasileira Maura Baiocchi e pelo diretor alemão Wolfgang Pannek e inaugurado em 2021, o festival destaca curtas-metragens que dialogam com o presente tendo como mediador a ecologia no antropoceno, numa intersecção entre cinema, artes cênicas e ecologia. O evento promove filmes de artistas interdisciplinares consagrados e emergentes que investigam as tensões entre meio ambiente, corpo e ancestralidade em paisagens naturais, urbanas e virtuais.
Desde a sua inauguração, em 2021, o CineFestival Internacional de Ecoperformance tem curadoria de integrantes da Taanteatro Companhia, organizadora do projeto. As curadoras da atual edição são Maura Baiocchi, diretora artística do festival, e Monica Cristina Bernardes, produtora executiva. Os filmes da programação precisam refletir o foco conceitual do festival, ou seja, abordar tensões produtivas entre meio ambiente, corpo, ancestralidade e memória. Incentivamos trabalhos que fogem de dramaturgias excessivamente antropocêntricas e revelem a performatividade do ambiente.
O Brasil participa do IV CINEFESTIVAL INTERNATIONAL DE ECOPERFORMANCE com dez curtas metragens: CICATRIZ TATUADA, de Eugênio Lima, Gabriela Miranda e Matheus Brant; REFLECTIONS, de Nu Abe; PRIVADA, de Daniel de Paula e Henrique Gorga; PÁSSARO MEMÓRIA, de Leonardo Martinelli; DENTRO DE MIM, de Dayane Teles; TERRAMOR(TAL), de Diogo Sanquetta; MESOCOSMS, de Welket Bungué; LAVA, Marc Philipp Gabriel, Tizo All (coprodução com a Alemanha); NHÃNDÊ KUERY MÃ HI’ÃN RIVÊ HÊ’YN, de Dino Menezes; e LUBRINA, de Leonardo Hecht, Vinícius Fernandes.
O festival exibirá filmes de países como Cazaquistão (I AM NOT WHERE YOU THINK I AM. I AM WHERE YOU THINK I AM NOT, Não estou onde você pensa que estou. Estou onde você pensa que não estou, de Anna Salomé Zatsarinna), Irã (SUITCASE, A mala, de Saman Hosseinpuor, Ako Zandkarimi; THE SPRAYER O pulverizador, de Farnoosh Abedi;), Peru (THE ISLAND, A Ilha, de Mahmut Taş), Estônia (ISLAND OF MULTITUDE, Ilha da Multitude, de Karl Kaisel), Ucrânia (“!” (exclamation mark) “!” (ponto de exclamação), de Orest Smileianets), Alemanha (WHERE DID I LOSE MY CHARGER Onde perdi meu carregador, de Sulafa Hijazi; AMORANGE – AN EMOTIONAL ILLUSION IN ORANGE, Amorange – Uma Ilusão Emocional em Laranja, de Nona Siepmann), entre outros.
O processo curatorial é instigante e exaustivo. O grande número de inscrições fez com que antecipássemos o prazo de inscrição em um mês. Ainda assim, recebemos cerca de 770 candidaturas de 81 países. Para a seleção final pesam critérios como relevância temática, intensidade e forma performativas, realização cinematográfica, sonoplastia e a diversidade das obras.
Maura Baiocchi
Maura também destaca a diversidade do festival, uma vez que a diversidade é inerente à natureza, e, portanto, à missão política do CINEFESTIVAL INTERNATIONAL DE ECOPERFORMANCE. “Esta afirmação de formas de vida atrai espíritos livres e populações minoritárias. Consequentemente, o festival ressoa com criadores audiovisuais e públicos abertos a encontros com diferentes geografias, etnias, culturas, línguas, corpos, idades e géneros. Investimos na pluralidade natural e cultural essencial às condições de vida e, portanto, a todos os seres vivos do nosso planeta.”
À medida em que a programação se diversificou, os organizadores notaram convergências temáticas abordadas sob diferentes perspectivas: escassez, poluição e destruição de recursos naturais, extinção de territórios, populações, modos de vida e linguagens. Este ano, ao adotar a plataforma FilmFreeway, o festival ampliou seu alcance geográfico, especialmente para as regiões da Ásia, África e Oriente Médio.
Além de São Paulo, o festival acontece também em outras cidades ao redor do mundo: Brisbane (Austrália), Providence (EUA), Pinamar, Córdoba e Buenos Aires (Argentina), Bucareste (Romênia) e Schwerte (Alemanha).
IV CINEFESTIVAL INTERNATIONAL DE ECOPERFORMANCE
De 30 de maio a 02 de junho
Local: Cine Satyros Bijou (Praça Franklin Roosevelt, 172 – Consolação)
Para a programação completa e mais informações sobre os filmes, acesse o link ecoperformance.art.br/pt
Sobre Maura Baiocchi
A coreógrafa, dançarina, diretora e atriz brasileira Maura Baiocchi é a diretora fundadora diretora da Taanteatro Companhia (1991) e do CineFestival Internacional de Ecoperformance (2021). Autora-encenadora premiada de mais de oitenta espetáculos e criadora do teatro coreográfico das tensões, Baiocchi escreveu vários livros sobre a sua abordagem teatro-coreográfica, incluindo Choreographic Theatre of Tensions: Forces & Forms (2020). Baiocchi apresentou seu trabalho na Argentina, Bélgica, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Japão, Moçambique, Rússia e Estados Unidos. Atuou em longa e curta-metragens brasileiros. Ensinou artes cênicas na Universidade Nacional de Brasília e é mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC.
Sobre Wolfgang Pannek
O autor, diretor, performer, produtor e editor alemão Wolfgang Pannek, é codiretor da Taanteatro Companhia e diretor de produção do CineFestival Internacional de Ecoperformance. Mudou-se para São Paulo em 1992 onde dirige produções cênicas da Taanteatro e coordena projetos artísticos e acadêmicos internacionais. Desde 2020, dirige projetos cinematográficos, entre os quais O Teatro e a Peste de Antonin Artaud (2020), Apokálypsis (2021) e Expedição Ecoperformance (2022). Juntamente com Baiocchi, Pannek é autor de livros sobre o Taanteatro. Atuou em séries e filmes produzidos pela HBO Brasil, TV Globo, Amazon Prime e Star+. Possui mestrado em Filosofia, Psicologia e Literatura pela FernUniversität Hagen, Alemanha.
Fonte: Patrícia Rabello.
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