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J.R. é um Desafinado!

No lugar da minha coluna semanal, resolvi resenhar o filme “Os Desafinados” que estreou nos cinemas há duas semanas e eu tive o desprazer de ver este sábado passado. Para os fãs da coluna, eu prometo alguma coisa relacionada à musica amanhã.

Nunca neguei meu asco por produções nacionais que querem parecer feitas com enormes orçamentos, com histórias hiper-elaboradas e um elenco global para chamar a atenção do público. Os Desafinados de Walter Lima Jr. (A Ostra e o Vento) é um exemplo disso.

O elenco global traz em si nomes como Rodrigo Santoro, Claudia Abreu, Selton Mello, Ângelo Paes Leme e Jair Oliveira.

O filme narra a trajetória de uma banda fictícia dos anos 60/70 chamada “Os Desafinados”, desde seu começo até o fim com a trágica morte de um de seus membros, passando pelas paixões, experiências de vida e fatos engraçados e dramáticos. É uma espécie de “The Wonders” versão Bossa Nova, aí já começa o erro.

Mas para falar em erro, eu quero falar dos créditos iniciais. Simplesmente uma série de patrocinadores e apoiadores para a elaboração do filme que simplesmente parecia que os 10 primeiros minutos de filme eram disponibilizados às propagandas dos patrocinadores.

O filme começa legal, bem ao estilo “The Wonders”, com um quarteto que cria uma música e vende para um empresário americano que iria gravá-la em inglês e quem sabe levar os músicos aos EUA para tocá-la em um show (mal sucedido) que ocorreu em NY com diversos artistas brasileiros.

Nossos músicos, mesmo não sendo chamados, vão aos EUA tentar sua sorte. Deixando para trás esposa grávida, Joaquim (Santoro), Davi (Paes Leme), Paulo César ( André Moraes), Geraldo (Jair Oliveira) e Dico (Selton Mello), um amigo cineastas que estava indo com eles para comprar uma filmadora.

Lá, o grupo não consegue ver o show e acaba dividindo um quarto de hotel com duas camas entre os cinco. Até que Joaquim encontra Gloria (Claudia Abreu), começa a namorar com ela e o grupo se muda para o apartamento dela. Dico volta ao Brasil, Paulo Cesar, que é filho de embaixador, vai morar com amigos do pai, Geraldo se engraça com a francesa vizinha de Gloria e sobra Davi e Joaquim no apartamento com Gloria.

Ela descobre sobre o casamento de Joaquim e o troca por Davi. Joaquim volta ao Brasil enquanto Davi e Geraldo eram deportados pela imigração. Dez anos se passam, Gloria ficou no passado de Joaquim, e então ela reaparece na vida deles novamente, para gravar algumas músicas e criar mais divergências.

Não vou falar mais nada, mas é basicamente essa novela global o roteiro do filme.

Fatos positivos:

– Claudia Abreu semi-nua em diversas cenas
– A voz de Branca Lima, que dubla a personagem de Claudia Abreu quando canta, simplesmente uma nova Adriana Calcanhoto.
– O elenco ter aprendido a tocar os intrumentos corretamente.
– O começo do filme
– O personagem de Selton Mello (Dico), tanto jovem quanto mais velho.
– A cena do grupo gravando a trilha sonora do filme de Dico (que foi feito por Dib Luft, o qual ele chama durante o filme e me pegou desprevinido, afinal, eu estava sendo chamado pelo ator na tela de cinema!!!).
– Ângelo Paes Leme, muito bem na sua atuação e sabe tanto cantar quanto tocar os instrumentos, sem falar que seu personagem, pela situação em que se encontrava, era um dos mais difíceis de interpretar.

Fatos Negativos:

– Rodrigo Santoro, novamente mostrando ser um péssimo ator que tem a mesma cara, apesar de que no começo eu pensei que ele havia mudado, mas mudei de opinião no decorrer do filme.
– Cláudia Abreu sendo dublada, sinceramente, foi pior que ver os brasileiros sendo dublados em Hulk 2, e olha que aquilo já foi trash demais.
– O roteiro, que simplesmente quer citar coisas demais da época da ditadura e pré ditadura e acaba se enrolando, sendo obtuso e superficial demais em diversos momentos.
– A edição, novamente, um dos maiores problemas dos filmes nacionais, cortes de cena apertados e com a nítida impressão que foi deixado algo de fora, especialmente em se vendo o tempo de duração do filme (mais de 2 horas).

Fatos Neutros (coisas que não fedem e nem cheiram):
– André Moraes, Jair Oliveira e o resto do elenco quando mostrados mais velhos. Nada demais, nada de menos, apenas a mesmíce que já se viu estes atores fazendo.
– O diretor Walter Lima Jr., que simplesmente foi democrático demais, tentou agradar todo mundo, e não fez mais do que a lição de casa, só que as escorregadas também são culpa dele, ou seja, é um neutro quase negativo.

A sensação ao sair do filme: Parecia que eu tinha comido um belo e suculento pedaço de picanha ao ponto, mas sem tempero. É bem isso que era o filme, insôsso, sem graça, mas não ruim por inteiro, afinal, é uma picanha, mas tinha sido mal feita. Deixo por fim o trailer do filme, já que não achei uma cena em específico que me agradasse (a cena do Selton Mello me chamando por exemplo seria legal!!)

Nota 4 pelo esforço do elenco em aprender a cantar e tocar os instrumentos musicais.

J.R. Dib

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Comentários 4
  1. “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o …”
    Foi isso que a sua resenha me lembrou. Mas o Drummond fazia melhor..
    Eu estava na cabeça que o filme seria bom, não achei que era uma espécie de “Wonders” brasileiro..

  2. “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o …”

    Foi isso que a sua resenha me lembrou. Mas o Drummond fazia melhor..

    Eu estava na cabeça que o filme seria bom, não achei que era uma espécie de “Wonders” brasileiro..

    Infelizmente é… fiquei levemente decepcionado também.

  3. Bom, ja diz o velho ditado que gosto é gosto e não se discute. O que vc achou ou deixou de achar não me interessa, mas a partir do momento em que se propoe a colocar pontos positivos, negativos e neutros, achei que realmente teria algo interessante p dizer, mas me enganei.
    Nao tenho outra palavra p usar ao me referir ao primeiro ponto sobre Claudia Abreu, que tosco hein, nada mais tosco! Quanto a comentarios sobre a direçao ou os atores terem aprendido a tocar instrumentos, tenho uma pergunta, vc estava lá? Como pode afirmar sua opiniao com tanta convicção se nao participou do processo. Outro erro, foi primiero a criticar a presença em peso de atores globais e tb o primeiro a elogiar Selton Mello, faz favor, né! A grande maioria o considera bom ator, ele nao precisa de mais um elogio vazio de “vc é bom ator”, nao acrescenta em nada o trabalho dele. A nao ser que vc queira conquistar a amizade do mocinho. Nao bastando vc critica o Rodrigo Santoro, mais uma vez o que a grande maioria faz, que novidade!!!!
    E que coisa feia criticar a edição de filmes nacionais generalizando dessa maneira, esse pode ter tido esse erro, mas será que vc ja assistiu todos os filmes brasileiros desde que o cinema foi criado, para generalizar assim? E para finalizar, comentarios como a atuação de fulano ou beltrano “nada de mais, nada de menos”, convenhamos que foi uma otima oportunidade de ficar quieto que vc perdeu! Afinal se nao há nada a dizer, nao diga!!!!!!!
    Diria que eu fiquei “levemente decepcionada” com essa critica, quase autodestrutiva!!!!!!!!! Se é que vc me entende?!!!!!!!!!

  4. O filme é tão superficial que houve a imposição, na minha mente, da criação de pontos positivos e negativos superficiais, que demonstrassem meus sentimentos sobre o filme naquele momento. Se, infelizmente, tu não gostaste destes pontos, paciência, leia as próximas críticas e quem sabe eu faça algo inovador e original, ao contrário do que foi feito nesse filme.

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