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“Kursk: A Última Missão” funciona como o retrato da decadência do Império Russo

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Com direção de um dos criadores do movimento Dogma 95, o dinamarquês ThomasVinterberg, “Kursk: A Última Missão” conta o acidente de um dos últimos submarinos nucleares ativos russos, o que dá nome ao filme, que sofreu um acidente no ano 2000. Este incidente, teve bastante repercussão nas mídias na época, por dois motivo: o primeiro por carregar ogiva nuclear, temia-se uma catástrofe do nível de Chernobyl e o segundo pelo fato de a marinha russa não aceitar ajuda internacional no resgaste dos seus tripulantes.

No longa acompanhamos a história de alguns membros da tripulação e suas famílias, como elas vivem na mesma comunidade próxima ao porto em que o submarino fica estacionado há um espírito de comunhão entre eles.

O oficial do grupo Mikhail (Matthias Schoennaerts) e sua esposa Tanya (Léa Seydoux), grávida e já mãe de um garoto, tornam-se o elo do espectador com os dois grupos, e vemos a capacidade de liderança do marido para tentar manter seus homens vivos após o acidente, e dela, como a líder das famílias que se revoltam com os membros do governo que não fornecem noticias de seus familiares.

Nesse ponto, o diretor mostra o descaso das autoridades sobre a segurança dos tripulantes e, principalmente o desmonte das forças armadas russas. A ineficiência é demostrada ao dizerem que a frota do Mar do Norte Russa (anteriormente a maior do antigo Império Soviético), sé tem agora um submarino de resgate, e que os outros ou estão desativados ou foram vendidos.

O diretor soube transmitir a sensação de claustrofobia, principalmente no momento do acidente e como eles tentaram sobreviver isolados em um dos compartimentos do Kursk. Já nas cenas que mostravam o submarino caído no leito do mar, foi mal realizado, pois é risível como percebemos como é uma maquete filmada em um estúdio, o que retira a credibilidade da produção.

Importante destacar a participação de Max von Sydow como um almirante russo que rejeita a ajuda estrangeira e que vai à coletiva com os familiares para engana-los. A força do veterano ator impressiona mesmo em um pequeno, mas fundamental  e convincente papel de um russo da velha guarda. Infelizmente ele participa de uma das cenas mais cafonas do longa, quando vai falar com o filho de Mikhail. Fica claro que o diretor tinha a ideia de enveredar por um lado dramático com a cena, mas que acaba ficando mais sentimentaloide, e esvaziando o impacto pretendido.

Cotação: Bom (3 estrelas de 5)

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