Pode-se dizer que este é o ano em que muitos dos filmes lançados são histórias inspiradas em livros. Só este mês, tivemos dois lançamentos: “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, baseado na obra de Rick Riordan e agora é a vez de “Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos”, baseado no livro homônimo de Cassandra Clare, que foi muito elogiado pela crítica em seu lançamento em 2007, nos EUA.
Em “Instrumentos Mortais”, Clary (Lily Collins) é uma adolescente aparentemente normal que vive sob a constante vigilância da mãe (Lena Headey). Por onde passa, está sempre desenhando esse símbolo, mas não sabe exatamente o que ele significa e o porquê dela continuar desenhando-o. Um dia, ela sai com seu amigo Simon (Robert Sheehan) para um recital de poesia, que se mostra muito maçante e eles decidem ir a uma boate. Ao parar na porta de uma, Clary nota o mesmo símbolo que ela vem desenhando sem parar no letreiro e indaga ao segurança o que significa. Simon questiona o que ela está falando e Clary entende que só ela que consegue ver. Um rapaz ouve a pergunta, cochicha algo no ouvido do segurança, que deixa os dois entrarem.
Os frequentadores da boate são todos góticos e Simon e Clary se destacam. Logo ela repara no mesmo rapaz que a ajudou a entrar, e que ele está paquerando uma garota. De repente, a garota o segura e dois outros garotos aparecem, um moreno e um loiro, que mata o rapaz. Clary assiste a tudo e dá um grito. Mas, parece que ninguém vê o que ela viu e os três ficam assustados por terem sido flagrados. O dia seguinte não começa muito bem, Clary acorda para encontrar seu quarto cheio de desenhos do tal símbolo e desvia de uma conversa séria com sua mãe fugindo pela tangente. Na rua, acaba encontrando com o mesmo garoto loiro que viu matar o tal rapaz lá na boate e ele lhe conta uma história absurda. Ao mesmo tempo, sua mãe parece estar em perigo e ela retorna para casa e encontra tudo quebrado e um cão-demônio a esperando. O tal loiro aparece na casa dela, salva sua vida e diz se chamar Jace (Jamie Campbell Bower). Agora Clary vai descobrir um outro mundo do qual ela nem sequer pensava existir com Caçadores de Sombras, Lobisomens, Demônios e Anjos, e precisará fazer de tudo para aceitar essa nova realidade, encontrar sua mãe e o tal cálice mortal que todos estão procurando.
O universo de Cassandra Clare é bem vasto, ou ela não teria conseguido escrever seis livros. E o problema acaba sendo justamente esse. O filme é longo demais, com 130min, e tem altos e baixos que acabam por confundir o espectador e até entorpecer em certos momentos. A trama é tão intrincada que a necessidade em apresentar tantos fatos acaba, por vezes, toda concentrada em uma única cena, não dando tempo para absorver o que está acontecendo. No entanto, o roteiro de Jessica Postigo, acertou no tipo de público a que o filme é destinado, pois os inúmeros clichês apresentados como, triângulos amorosos, um passado de segredos que mudará o futuro, família desconhecida, revelação ao estilo Star Wars e muito jogo de sedução é a medida perfeita para os adolescentes.
Aliás, é graças a um elenco de jovens estrelas que esses clichês são colocados em prática, pois eles se dedicam fortemente aos seus papéis. Alguns mais, outros menos, como Jonathan Rhys Meyers, que é um festival ambulante de expressões caricatas desde o primeiro momento em que aparece em cena. As palmas da vez são para a equipe técnica que se dedicaram bastante na cenografia (sendo CG ou não), locação, figurinos e fotografia. Com tantos fatos a serem apresentados, o cuidado com esses detalhes não passam despercebidos e até ajudam a compreender melhor a trama.
Todavia, “Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos” cumpre o papel que promete, de marketing direto, pois a curiosidade acerca da história e de como ela irá continuar dali para frente, fará com que os espectadores corram atrás dos livros. Assim como quem leu os livros irá correr para o cinema. A leitura acabará sendo mais gratificante do que a própria experiência no cinema para muitos.
Estreia hoje nos cinemas.
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