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O Mágico: a arte por sua simplicidade e pureza

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Ele é um Mágico em carreira decadente. Nas grandes cidades, ninguém mais aprecia seus truques e ele se vê trocado por astros de Rock que vestem ternos e cultivam um enorme topete (não é que lembram Os Beatles?). As fãs deliram pelos rockstars, o teatro vai abaixo e quando é a vez do Mágico se apresentar não há mais ninguém à espera de seu número, exceto por um pequeno garoto e sua avó, que também não se mostram entusiasmados.

O Mágico, então, decide sair em busca de um outro lugar onde sua arte seja prestigiada e aceita. Em um pequeno vilarejo, ele vive alguns novos dias de glória, mas é logo esquecido após a chegada de uma Jukebox. No entanto, neste vilarejo uma garotinha se encanta por seus truques e acredita que eles aconteçam de verdade. Daí em diante, a garotinha entusiasmada com a mágica passa a seguir o velho e desempregado ilusionista em busca de seus sonhos. Ele, afeiçoado à menina, passa a cuidar dela como a uma filha. Mas, o tempo passa, a menina cresce e as ilusões vão se camuflando em realidades.

Baseado em um roteiro de Jacques Tati (o famoso comediante francês que, aqui no Brasil, ficou mais conhecido por sua carreira de cineasta, com os filmes “Meu Tio” e “As Férias de Mr. Hulot”), O Mágico é um lindo filme a respeito do tempo, do esquecimento e de como o andar da carruagem transforma tudo ao redor. Com uma sutileza e simplicidade indescritíveis, porém muito característica das animações de Sylvain Chomet (diretor), O Mágico encanta e nos embala em nostalgias. Apesar de um triste fim, a animação é digna de despertar um esperançoso encantamento na platéia, como se a magia ainda existisse no mundo, mesmo que mágicos não existam mais.

Assim como em “As Bicicletas de Belleville”, Chomet conduz O Mágico de forma simples, mas ao mesmo tempo exuberante. Indicado ao Oscar de melhor animação deste ano, o filme, sem utilizar nenhum recurso moderno ou efeitos especiais (ao contrário de seus concorrentes, o vencedor “Toy Story 3” e “Como Treinar o Seu Dragão”), apresenta a arte em sua belíssima pureza, diante da qual diálogos, de fato, se tornam completamente obsoletos.

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[xrr rating=4/5]

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