Mais preocupado em assustar, "A Freira" resulta esquemático e genérico

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A Freira já vem da costela (oportunista) de duas “franquias” entrelaçadas: o bom Invocação do Mal e o regular Annabelle. Sendo assim, acaba apenas por querer capitalizar em cima de seus “demônios”. Se fizesse disso um filme bom, a gente nem se importaria em adentrar uma terceira via de um mesmo filme. Não é o caso.
Na década de 1950, vinte anos antes dos eventos dos filmes citados, um padre (Demián Bichir) e a noviça (Taissa Farmiga) são recrutados pelo Vaticano para investigar a morte suspeita de uma das freiras de um lendário convento nas montanhas da Romênia. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano e se confrontam com uma força do mal que toma a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento em um campo de batalha tenso e fantasmagórico.

Filmes de origens são bons campos criativos até para justificar suas mitologias dentro do raciocínio do gênero. O problema é que o diretor Corin Hardy parece estar mais focado em criar possibilidades de sustos do que desenvolver sua vilã. Algo rechaçado pelo roteiro que simplesmente não explica bem a origem da freira ou justifique a função dramática dos heróis. Há até a presença de um personagem para deslocadíssimos alívios cômicos. A própria ligação do filme com Invocação do Mal é risível. Vale dizer que a ambientação é bem cuidada e ajuda Corin a impor um clima de tensão, por mais clichês e previsíveis que sejam.
A Freira é nitidamente inferior aos filmes que o moldou. Especialmente por abrir mão de sua história em favor da necessidade de assustar. Nesse desespero, ficamos nós do lado de cá da tela, com a sensação de sair de um trem fantasma de parquinho vagabundo. 

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