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Morte no Nilo é tão exuberante quanto protocolar

A Twentieth Century Fox comprou os direitos dos livros de Agatha Christie, a “rainha do crime” com a pretensão de transformar em franquia as histórias protagonizadas pelo astuto detetive Hercule Poirot. Após “Assassinato no Expresso do Oriente”, chega “Morte no Nilo”, mais uma vez dirigido por Kenneth Branagh, que também encabeça outro elenco estelar no papel de Poirot.

Na trama, a bordo de um glamoroso vapor fluvial, onde um casal perfeito passa lua de mel, Poirot tem suas férias interrompidas para dar lugar à investigação de um assassinato ocorrido na embarcação. É a deixa para suspeitas e reviravoltas até o desenlace final.

O roteiro adaptado, de autoria de Michael Green (“Logan”, “Blade Runner 2049”), segue a receita das histórias de assassinatos misteriosos, como o filme anterior. Não há grandes arroubos criativos e nem mesmo desconcertantes surpresas, pelo menos para quem está habituado com o gênero. Se o script é protocolar, restou a Branagh caprichar na exuberância do design de produção e dos figurinos para encher os olhos do espectador.

De certa forma ele se sai bem, uma vez que a direção de arte e a fotografia são grandes trunfos da produção. As paisagens do Egito, mesmo com uso massivo de CGI, cooperam adequadamente para a ambientação exótica e idílica da trama de mistério pretendida.

Como já dito, o elenco é um desfile de estrelas. Ali estão uma deslumbrante Gal Gadot, provando que seu carisma consegue compensar a limitação dramática, Annette Banning se destacando, mesmo em um papel sem muito brilho, e um Armie Hammer ajustado ao que pede o roteiro, sem extrapolar.

Este filme sofreu com diversos adiamentos. Originalmente programado para lançamento em 2019, teve as filmagens atrasadas, então foi arremessado para 2020. Daí, devido à pandemia de Covid 19, foi mudando de data sucessivamente até ser programado para o outono de 2021. Então, em 3 de abril de 2021, foi anunciado que seria adiado novamente para Fevereiro de 2022 devido às acusações de estupro e canibalismo sofridas por Armie Hammer. Lembrando que adiamentos e escândalos costumam arranhar seriamente a trajetória de uma produção. Será que vai render o suficiente que justifique continuar com a franquia? Veremos.

O saldo positivo de “Morte no Nilo” se dá por sua excelência técnica e por se valer da fórmula infalível do “quem matou”, que, por mais preguiçosa que seja a execução, sempre rende uma curiosidade e um entretenimento satisfatório. Aqui não é o suficiente para ser memorável, e não faço uma comparação com a adaptação cinematográfica anterior da novela, de 1978 (com elenco igualmente farto de figuras tarimbadas). Branagh no fundo sabe do script que tem em mãos e ataca com seu estilo flamboyant para garantir ao menos um arrebatamento visual que valha o ingresso.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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