Apesar de todas as críticas e problemas, as Olimpíadas no Rio de Janeiro podem trazer alguns benefícios. E um dos maiores é pouco falado: de diversas maneiras, as Olimpíadas podem mudar a imagem que o estrangeiro tem do Brasil. Uma forma de haver esta mudança de perspectiva é através da arte. Podemos, sem dúvidas, incluir o cinema nacional entre as nossas principais manifestações artísticas.
Os estrangeiros que vêm para o Brasil não podem viver só de Olimpíadas. É por isso que o CCBB Rio de Janeiro programou uma mostra de filmes brasileiros com legendas em inglês para durar do início ao fim dos jogos.
De todos os ditados populares, aquele em que eu mais acredito é “santo de casa não faz milagre”. O olhar estrangeiro pode fazer toda a diferença também para nossa visão do cinema nacional. A recente indicação da animação “O Menino e o Mundo” ao Oscar é exemplo disso: o próprio diretor Alê Abreu disse que a indicação faria com que os brasileiros descobrissem este filme, e foi o que de fato aconteceu.
Agora, os estrangeiros poderão fazer suas próprias descobertas no CCBB, vendo “O Menino e o Mundo” e outros filmes, feitos entre a década de 1960 e 2015, além de quatro curta-metragens exibidos em duas sessões especiais.
Um dos grandes admiradores do cinema novo é ninguém mais ninguém menos que Martin Scorsese. Em uma entrevista de meia hora, ele fala sobre sua fascinação crescente com o filme “O dragão da maldade contra o santo guerreiro” (1969). Além deste, outras obras seminais do cinema novo, como “Terra em Transe” (1964) e “Vidas Secas” (1963) também fazem parte da mostra.
E, como Alê nos disse, não há nada que una o brasileiro em defesa de seu cinema como o Oscar. Depois de décadas de ausência, “O Quatrilho” (1995) representou a retomada da produção cinematográfica brasileira em grande estilo, com reconhecimento internacional. Igualmente elogiado foi “Central do Brasil” (1999), e deixou Fernanda Montenegro pertinho da maior honra possível para uma atriz.
E, com o tempo, outros festivais reconheceram o valor dos nossos filmes. Nos últimos anos tivemos vários filmes que foram sucesso de público no país inteiro, como “Tropa de Elite” (2007), e também filmes que só ganharam distribuidores e grande público após fazer sucesso em festivais na Europa, Canadá, Estados Unidos e até na Ásia. Estamos cada vez mais presentes na programação de festivais em diversos países. Do Brasil para o mundo, literalmente.
Muitos estrangeiros já estão descobrindo as maravilhas do cinema brasileiro. Agora só falta você.
Para mais informações sobre a mostra, acesse o site do CCBB.
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