No dia de hoje, 40 anos atrás, Paul McCartney dava uma entrevista coletiva encerrando formalmente os Beatles. Em homenagem a data, nada mais justo que falar de um filme que soube aproveitar as músicas da banda para contar uma história sobre amor, amizade e tempos de revolução, coisas que fizeram parte intimamente da carreira da mais fantástica banda de todos os tempos.
Across the Universe foi dirigido por Julie Taymor (Frida) e tinha em seu elenco Evan Rachel Wood, Jim Sturgess e Joe Anderson, com as participações mais que especiais dos cantores Joe Cocker, Bono Vox, Eddie Izzard e da atriz Salma Hayek.
O filme foi escrito com base em 30 músicas dos Beatles e ambientado em dois anos dos anos 60 que englobam fatos ocorridos entre 63 e 69, tudo para poder encaixar o mais perfeitamente as músicas com a história sobre um cara e uma moça e tudo o que aconteceu com eles nesse meio tempo.
O filme começa em Liverpool quando Jude (Jim Sturgess) junta um dinheiro e vai para a América atrás do pai, um ex combatente da 2º Guerra que engravidou sua mãe e a deixou para trás. Lá ele encontra Max (Joe Anderson) e sua irmã, Lucy (Evan Rachel Wood), que perde o namorado durante a Guerra do Vietnã. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil está começando a se revoltar e os ativistas dos direitos sociais também, inclusive citando os diversos conflitos raciais em que os negros foram literalmente abatidos como gado pelo exército americano. Tudo isso ao som de “Let it Be”.
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Os três partem para Nova Iorque e resolvem tentar a vida por lá. Eles acabam no apartamento de Sadie (Dana Fuchs), que é uma homenagem dos roteiristas a Janis Joplin. Lá eles conhecem Prudence, outra fugitiva do mundo, e Jo -Jo (Martin Luther), que seria Jimmy Hendrix, que tem a sua introdução no filme ao melhor som de “Come Together” cantada por Joe Cocker.
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A outra participação de um cantor famoso no filme foi de Bono Vox cantando “I am the Walrus“, uma das músicas que todos os fãs de Beatles tentam entender o que diabos John Lennon quis dizer com todas aquelas palavras desencontradas em uma música que muda de ritmo constantemente. Uma lição de história rápida. Lennon tinha feito quatro músicas distintas, duas delas sob efeito de viagem de ácido, com coisas totalmente sem nexo nas letras.
Ao ler um artigo em um jornal de Londres dizendo que as letras dos Beatles eram usadas em aula de interpretação de textos pelas escolas, Lennon não teve dúvidas e juntou as quatro músicas em uma só e deu algo interessante para os professores interpretarem. O filme a interpreta da forma que tem que ser.
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Logo em seguida, vemos que a viagem continua com “In the Benefit of Mr. Kite” cantada por Eddie Izzard que parece que simplesmente a coisa toda degringolou na mente do povo.
A diversão do filme é ver algumas das inúmeras referências à carreira dos Beatles ou fatos que ocorreram em algum momento daqueles seis fantásticos anos em que a banda esteve unido. Do começo de tudo com a reunião do grupo em Liverpool até sua explosão nas paradas, os anos de introspecção e, finalmente, o show no telhado de sua gravadora, em 30 de janeiro de 1969.
O filme se encerra com essa mesma performance no telhado, desta vez, Sadie e Jo-Jo tocam “Don’t Let Me Down”.
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E em seguida, Jude canta “All You Need Is Love” para encerrar o filme, da forma que uma história romântica tem que terminar.
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A participação de Salma Hayek é durante a música “Happiness is a Warm Gun” que obviamente fala sobre heroína e também é uma certa viagem, com ela fazendo as vezes de uma enfermeira sacana no melhor dos sentidos.
Recomendo muito assistir esse filme com uma namorada(o) que goste de Beatles e entenda as músicas e os detalhes. Se não for o caso, ainda serve como filme romântico, mas perde um pouco da mística que envolve todos os detalhes que só um fã consegue verificar.
J.R. Dib
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