Conan: O Bárbaro é um filme que mostra uma das melhores uniões entre trilha sonora e cenas de ação que o cinema já produziu. John Milius dirigiu este épico que foi escrito por ele e Oliver Stone baseado livremente na obra de Robert E. Howard, o verdadeiro criador de Conan.
O filme pega de diversas fontes dos quadrinhos de Howard, grande parte deles de Conan, mas alguns personagens como Thulsa Doom advém dos quadrinhos de Krull, outra criação de Howard.
Ainda assim, temos um filme que marcou época e é até hoje lembrado por ser praticamente o lançamento do então fisioculturista e seis vezes Mister Universo, Arnold Schwarzenegger como ator principal e porque, acima de tudo, temos uma trilha sonora fantástica, graças ao diretor John Milius que convenceu o produtor Dino De Laurentiis a usar o seu amigo compositor Basil Poledouris.
O que temos, é praticamente uma ópera que vai se desdobrando juntamente do filme. O uso excessivo de corais e instrumentos como trombetas, harpas e tímpanos faz com que os primeiros minutos de ação do filme soem mais épicos do que já são.
No vídeo acima, uma montagem, podemos ouvir a música chamada “Anvil of Crom” (Bigorna de Crom) aonde, na sequência de abertura do filme, vemos a Espada Atlante sendo forjada.
Esta espada é tão importante no filme que ganhou até uma música própria na trilha, demonstrando que Basil Poledouris usou e abusou do uso de temas, muito utilizado em composições clássicas para melhor identificar aquela figura proeminente em uma trilha sonora.
Ainda temos de lembrar que Arnold não era o único ator famoso no filme. Nããããooo, ainda havia James Earl Jones, a voz de Darth Vader, para ser o vilão Thulsa Doom, mostrando que todo grande herói tem seu grande vilão.
A primeira cena em que vemos Doom, seus exércitos estão cavalgando por sobre a vila em que Conan morava, matando todos os adultos e escravizando as crianças. Só a cena em si já vale meio filme. E claro, tem que ter uma música perfeita para incorporar essa cena.
Riddle Of Steel/Riders of Doom mostra bem o ritmo do início do filme, ritmo que viria a ser novamente usado apenas ao final do filme quando uma nova sequência de batalhas ocorre na tela, neste meio tempo, uma série de músicas mais calmas, usando e abusando de violinos e harpas, aparece para mostrar o ritmo mais cadênciado que o filme toma.
Basil Poledouris baseou grande parte de sua obra em diversas músicas clássicas, desde “The Battle on Ice” de Profokiev a The Planets Op.32 Jupiter de Gustav Holst, esta lembrando muito a música tocada durante a orgia no templo de Thulsa Doom.
Essa música, mesmo aqueles que não viram a cena, imaginam que ela significa sacanagem na certa. Ela tem um S de sexy escrito em letras garrafais em toda sua extensão.
Mas a cena, e música mais comovente do filme todo ocorre na segunda metade do filme, quando Valeria (Sandahl Bergman) é morta e Conan a colca em uma pira fúnebre para que seu corpo fosse carregado até Valhalla.
Agora que eu falei do filme e da música, eu vou reclamar um pouco da eterna mania de Hollywood querer meter o bedelho em algo que era legal, inventar um roteiro novo e sair filmando continuações porcas.
Alguns anos atrás surgiu um roteiro que deve ser fácil de achar na internet hoje em dia de um filme sobre Crom, filho de Conan. A história lembra e muito a história de Excalibur com Conan vindo a lutar contra seu filho depois que este estivesse crescido. Era um lixo intragável e forrado de clichês.
Agora, querem entregar um novo Conan para o cretino do Brett Ratner. Ainda bem que por enquanto ele não vai fazer nada no filme. Esperemos que a produtora demita ele até a data do início das filmagens.
Semana que vem, teremos as melhores trilhas sonoras de filmes pornôs!!
J.R. Dib