Novo Batman é muito longo, mas tem seus méritos

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Com a estreia do novo filme do Batman no streaming, encarei as 3 horas da versão do cineasta Matt Reeves estrelada por Robert Pattinson.

O resultado? Em primeiro lugar como o título ressalta trata-se de um filme bem longo, que acaba por se tornar cansativo a certa altura – o que me levou a assistir em duas partes, porém felizmente este é o pior do filme, cujo mérito maior é encarar o cavaleiro das trevas de forma original do cinema.

Temos o Batman de Tim Burton com Michael Keaton, resquício alegórico dos anos 80, as escandalosas produções com Val Kilmer e George Clooney nos anos 90, a aclamada trilogia ‘o cavaleiro das trevas’ de Christopher Nolan com Christian Bale e mais recentemente Ben Afleck interpretando uma versão super-herói nos filmes com Superman e Liga da Justiça, que de forma bastante esperta foi colocada para escandteio pelo diretor Matt Reeves, que preferiu investir seu tempo num Batman mais próximo do cruzado original dos quadrinhos clássicos mantendo um toque atual.

A escolha foi certeira, não somente do ator Robert Pattinson no papel de Bruce Wayne/Batman, como também no elenco principal que apóia o retorno do personagem ao cinema: a atriz Zoë Kravitz brilha como Selina Kyle/Mulher-Gato; Jeffrey Wright encarna uma excelente versão do Comissário James Gordon; Colin Farrell está espetacular como Oz/Pínguim; e Paul Dano transformando O Charada num personagem novo, que realmente ficou muito acima de qualquer expectativa.

Outro acerto também é a fotografia do filme, que capricha na ambientação do personagem numa Gotham City contemporânea, porém macabra. O filme é recheado de tons de vermelho que criam um sentimento distinto das produções anteriores, esbarrando numa estética noir que aumenta a sensação de suspense. A trilha sonora também é legal, porém não tão incisiva quanto nos filmes de Christopher Nolan, ainda assim a escolha de Something in the Way do Nirvana foi mais que genial e fica ressoando no subconsciente muito depois do filme ter acabado.

Novamente (3), a primeira impressão é que se o filme não fosse tão extenso em sua duração, o resultado final seria muito mais satisfatório. Além disto, talvez inclusive pudesse ter levantado ainda mais a adaptação, já que ‘outro problema’ do filme é colocar o Batman diversas vezes em situações que minam a credibilidade da história – principalmente nas cenas que colocam a identidade do vigilante desprotegido, seja em meio aos policiais, seja em meio aos vilões.

Chega ser forçado a quantidade de vezes que o personagem podia ser facilmente contido e desmascarado em meio a narrativa do filme. Assim no final do filme ninguém mais acredita na autenticidade do roteiro como suspense, caindo para aquele gênero de produções de super-heróis que forçam tanto a barra que se perdem a conexão com sua audiência. Se o diretor buscava mostram um Batman mais realista, ou pé no chão, acabou perdido no caminho…

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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