Seria a lei da oferta e da demanda? A terceira continuação da lucrativa franquia Piratas do Caribe não se justifica como narrativa. Isso fica claro, já na primeira meia hora de filme. É nítido que a coisa funcionaria bem melhor como seriado televisivo, onde a redundância de um possível argumento se sustenta de forma menos medíocre.
Mas estamos falando de um “produto” de bilhões de dólares, capitaneada pela poderosa Disney e por Jerry Bruckheimer (e seu apuradíssimo senso de oportunidade). Daí, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas acaba existindo como um investimento certo para o verão americano.
Depois do horroroso filme anterior, No Fim do Mundo, os roteiristas resolveram simplificar melhor o roteiro e criaram uma trama – muito sem sentido – sobre uma tal mítica fonte da juventude, que antagoniza Espanha e Inglaterra e introduz o transloucado Jack Sparrow (Johnny Depp, sempre muito bom) na história, através de um mapa de sua posse.
O filme é basicamente em cima desta busca, só que os roteiristas inventam subtramas absolutamente desnecessárias como a inicial, em que Jack tem que descobrir quem anda se passando por ele (!) e, com a saída de Orlando Bloom e Keira Knightley, um romancezinho forçado entre uma sereia e um religioso. Tudo muito over e que só faz aumentar a duração do longa, com mais de 2 horas.
A força do personagem Jack Sparrow ainda é o que torna tudo um pouquinho menos intolerável. É sempre dele as melhores cenas e falas. Até o surgimento de Penélope Cruz como seu interesse romântico do passado, deixa o “núcleo” mais interessante.
Fora isso, nem a (oni) presença de atores ótimos como Geoffrey Rush e Ian McShane, consegue livrar a superprodução de certo tédio do espetáculo previsível. Digo isso de forma bem geral, pois tenho certeza que os fãs da série vão adorar…
Rob Marshall (Chicago), que assume o filme pela primeira vez, seguiu a cartilha do conhecido sucesso, direitinho… Creio que a cena das sereias – muita bem feita, por sinal – tenha lá o seu dedinho espetaculoso, mas é só. Tudo aqui é feito para garantir que o parque homônimo da Disney e os bonequinhos do pirata continue rendendo tanto que o cinema vire apenas uma mera peça publicitária (e mercantilista) à serviço de executivos “do entretenimento”.
[xrr rating=2.5/5]
Concordo com você. Creio que o Piratas do Caribe só voltou porque a Warner está prestes a ficar sem o Harry Potter. E sabemos que todo filme que tentou peitar a saga do bruxinho, falhou miseravelmente. Até a Warner está preocupada pois não tem outra franquia de sucesso. Tanto que mesmo com uma bilheteria baixa, o Lanterna Verde garantiu sua continuação.
Creio que muitas franquias vão voltar, e outras vão surgir para tentar pegar o lugar vago pelos filmes do Harry. Até Percy Jackson e os Olimpianos vai voltar! Depois de anos no limbo!
É a máxima de mercado. #Oremos!