Um correspondente da Marinha ajuda sua ex-namorada, a procurar por seu marido desaparecido em Berlim durante a Segunda Guerra Mundial, que, agora, também é procurado pelas forças americanas e russas.
Steven Soderbergh (nascido em 1969) é um diretor versátil que transita entre produções hollywoodianas de grande porte, como “Onze Homens e um Segredo” (2001), “Traffic” (2000) e “Contágio” (2011), e experimentais, exemplificado por “Bubble – Uma Nova Experiência” (2006).
Em O Segredo de Berlim, Soderbergh apresenta um projeto que se beneficia de um elenco estelar e uma narrativa que mergulha na segunda categoria. George Clooney, seu colaborador frequente, personifica magistralmente o classismo do militar, retratando a retidão do soldado com maestria.
Ao seu lado, Tobey Maguire interpreta um motorista sombrio, disposto a tudo para encontrar seu lugar ao sol, mesmo que às custas dos outros. Cate Blanchett, por sua vez, encarna a femme fatale, uma figura ao mesmo tempo insignificante e perigosa, que se envolve em jogos duplos ou até triplos.
Num cenário reminiscente dos filmes pós-guerra, O Segredo de Berlim se destaca pela sua cinematografia magnífica em preto e branco. Contudo, apesar de visualmente impactante, o filme estranhamente deixa um certo tédio no espectador. Isso pode ser atribuído à falta de conflitos discerníveis além do desejo de escapar da Alemanha derrotada e da representação de uma mulher supostamente má. Os delitos da protagonista e do marido, cuja existência é posta em dúvida rapidamente, não são explorados, deixando o enredo centrado em um romance que não se desenvolve de forma convincente.
Soderberg, que aparentemente pretendia abordar as ramificações da guerra e seus benefícios para alguns, falha ao se recusar a julgar qualquer personagem. Embora a agitação inicial do personagem de Maguire tenha gerado algum interesse, sua rápida saída da trama faz com que esse mal-estar também desapareça rapidamente. A trama se torna excessivamente complexa com os interesses conflitantes dos russos, americanos e alemães, resultando em uma história que acumula referências (especialmente a ‘Casablanca’) em vez de proporcionar uma verdadeira conexão emocional com o público. Isso resulta em um dano à experiência geral do filme.
Homenagem Póstuma: Christian Oliver(1972-2024)
O ator Christian Oliver faleceu em um acidente de avião perto de uma ilha do Caribe no dia 04 de janeiro. O ator fez o papel de Emil Brandt, um ex- oficial da SS que havia sido secretário de um engenheiro-chefe de produção do foguete V-2 em um campo de concentração. (Foto abaixo,mostra Oliver com Blanchett.)
O ator alemão, nascido Christian Klesper, morreu no acidente relatado, como uma das quatro vítimas, incluindo o piloto e suas duas filhas – Madita Klepser e Annik Klepser, de 10 e 12 anos, respectivamente. Teve mais de 60 créditos, entre eles O Lutador Romântico (1999), Speed Racer (2008), Operação Valquíria (2008), Os Três Mosqueteiros (2011), Hércules Reborn (2014), o criminoso Steiner na série Sense8 (2015-2018), e na série Hunters (2020-2023).
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