Conhecida pelo tipo de cinema profundamente pessoal e de linguagem subjetiva, como se falasse por um estado de espírito, é curioso que o novo filme da diretora Sofia Coppola, On The Rocks, além da história algo antiquada, ser tão simplista na amplitude do que quer dizer em si.
Em seu sétimo longa, Coppola (re)conta a história de um confronto geracional e mais uma vez com contribuição de Bill Murray, fazendo o papel de Bill Murray. Só que, diferente de sua obra-prima Encontros e Desencontros, em vez de uma perspectiva romântica, agora pela relação pai e filha, já que a mesma (Rashida Jones), suspeitando da infidelidade do workaholic marido (Marlon Wayans, fugindo do costumeiro registro cômico) estreita seus laços paternais para ajudá-la a descobrir se seu casamento está mesmo acabando.
Um dos poucos resquícios da identidade cinematográfica da diretora se dá pela maneira como ela torna a fauna nova-iorquina e o ambiente de privilégio que a cerca, de alguma maneira, complementares a resignação latente dessa esposa rica e entediada.
Mas não é o bastante para tornar a história mais interessante. Pelo contrário. As vezes ressoa até pasteurizado demais e expõe equívocos do roteiro, como dar a entender que uma mulher não pudesse ser infiel apenas por ser lésbica.
Produzido pela Apple e lançado no seu serviço de streaming, On The Rocks peca por ser tão banal sendo o filme de quem é.
Entre o simplista e o simplório, a sensação que vem ao final do filme é a apatia.
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