"Os Homens São de Marte… E é Para Lá Que Eu Vou!" e sua contradição ordinária

Você tem duas opções para assistir a nova “comédia nacional baseada em sucesso teatral que se pretende angariar muito dinheiro pela repercussão de seu veículo primeiro“: Os Homens São de Marte… E é Para Lá Que Eu Vou!. Uma é embarcar no charmoso timing cômico da protagonista, defendida por Mônica Martelli, com bons e eficientes coadjuvantes (Paulo Gustavo repetindo seus maneirismos, mas funcionando como sempre), em uma historinha previsível, porém com seu apelo faceiro. Outra é se incomodar com o excesso de ingenuidade de uma quase quarentona em busca do amor (ou de um casamento?), numa trama moldada para especificar tipos de “enrascadas”, sem um, digamos, conjunto dramático (mesmo sendo uma comédia!) consistente.
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Confesso que fiquei no meio do caminho entre as duas opções, muito por ter me divertido levemente com as desventuras da Fernanda de Martelli, que é a melhor coisa do filme com sua composição do desespero cômico de seus anseios afetivos. A propriedade da atriz me pareceu ser maior que os evidentes problemas da produção, principalmente em seu terço final, que se atropela nas subtramas (rasteiras) e entrega uma solução apressada e banal, até para os próprios termos da história em si. Se o roteiro é correto nas elocubrações da protagonista sobre sua situação, o mesmo não pode-se dizer sobre a forma como ilustra isso, ao tipificar demais os exemplos e desenvolver de menos esses envolvidos. “Os Homens São de Marte… E é Para Lá Que Eu Vou!” pode até nos distrair, até pela assimilação com o tema, entretanto vai se revelando tão ordinário quanto os tipos que gravitam as decepções desse tal de Marte.
 

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