“Os Penetras 2” prefere o oportunismo ao invés da real continuidade

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Como acabar com uma franquia em uma continuação? Os Penetras 2 – Quem Dá Mais?” pode responder isso para você. A continuação do longa de 2012 presta um desserviço à própria possibilidade da comédia desenvolver o previsível, mas bem feitinho plot do filme original.

Relembrando: no primeiro filme, acompanhamos um grupo de ordinários que se infiltravam em festas de ricaços para tentar se dar bem. Andrucha Waddington conseguiu arregimentar uma espécie de fauna de adoráveis vigaristas, capitaneados pelos ótimos e bem entrosados Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, numa comédia correta que agregava certo glamour “tropicano” às desventuras daqueles personagens. Era divertido. A boa bilheteria de mais de 2 milhões de espectadores se revelou nociva para sua continuidade.

O roteiro agora é ralo e comete o grande erro de esvaziar bizarramente a outra ponta da dupla, já que Adnet passa o filme inteiro como uma espécie de “fantasminha engraçadinho”, o que acaba não fazendo o menor sentido para a trama. Fora que a história vira uma grande forçação de barra, num constante uso de coincidências para desenvolver um preguiçoso roteiro. Após serem enganados por Marco Polo (Adnet), Beto (Sterblitch), Laura (Mariana Ximenes) e Nelson (Stepan Nercessian) acabam se encontrando em mais um golpe, que envolve um empresário brasileiro (Danton Mello) e um milionário russo (Mikhail Bronnikov).

Em alguns momentos dá até a sensação de que foi feito às pressas. Daí só resta mesmo aproveitar o máximo possível da persona de Sterblitch, única coisa que funciona em todo o filme (até a personagem de Mariana Ximenes, tão vital antes, aqui vira peça de decoração). Ou seja, se a única graça do filme reside na figura de um ator, era mais fácil ir assisti-lo num stand up e não fazer um continuação oportunista para justificá-lo. “Os Penetras 2” carece de justificativa e humor. E pensar que era só olhar direito para o primeiro filme…

Cadorno Teles
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Cadorno Teles

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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