Neste domingo (26/02), ocorreu a maior e mais famosa festa do cinema de todo o mundo, no Hollywood & Highland Center (ex-Kodak Theater), em Los Angeles (EUA). Em sua 84ª edição, o Oscar não teve muitas surpresas e acabou dando alguns dos principais prêmios para “O Artista“, produção francesa que conta a decadência de um astro do cinema mudo quando os filmes começam a ser falados.
A cerimônia trouxe de volta o apresentador Billy Crystal, que participou do evento pela nona vez, após o fracasso que foi no ano passado, quando o Oscar foi apresentado por Anne Hattaway e James Franco. O ator substituiu Eddie Murphy, que já estava certo no comando da premiação, mas acabou desistindo após a saída do diretor e produtor Brett Ratner (“A Hora do Rush”, “X-Men: O Confronto Final”). Crystal abriu o evento com mais um clipe onde brincava com os principais indicados e contou com a participação de astros como George Clooney (que chegou a beijá-lo na boca, repetindo uma cena de “Os Descendentes”!) e o cantor Justin Bieber, numa paródia ao filme “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen. Logo em seguida, cantou uma música onde fez piadas com as produções selecionadas para o prêmio. Mas não foi muito além disso, tendo uma performance meio decepcionante e sem graça durante toda a noite.
No início da entrega das estatuetas, parecia que “A Invenção de Hugo Cabret“, de Martin Scorsese seria o grande campeão da noite, pois arrebatou os Oscars de Melhor Fotografia e Direção de Arte. Mas o filme ficou só nas partes técnicas, ganhando mais tarde em Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Especiais, o que foi uma surpresa neste último, pois o favorito era “Planeta dos Macacos: A Origem“. Mesmo com cinco Oscars na mão, o primeiro filme infantil e em 3-D de Scorsese saiu da festa menos prestigiado do que poderia.
No quesito emoção, os destaques foram para Octavia Spencer, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, por “Vidas Cruzadas“, e Christopher Plummer, que foi o Melhor Ator Coadjuvante por “Toda Forma de Amor“. Os dois foram aplaudidos de pé por todos que estavam na cerimônia. Ela agradeceu à família e compartilhou o prêmio com todos os participantes do filme. Já o veterano Plummer brincou ao dizer que o Oscar é só dois anos mais velho do que ele e perguntou para a estatueta: “Por onde é que você esteve?”. Ele agradeceu aos indicados, mas principalmente à esposa, que merecia o Nobel da Paz por “salvá-lo” todos os dias.
Em algumas categorias, não houve surpresas, como o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para o iraniano “A Separação“. O de Melhor Animação foi para “Rango“, de Gore Verbinski (“Piratas do Caribe”, “O Chamado”) . Já o de Melhor Montagem foi para “Millenium – Os Homens que não amavam as mulheres“, que não era o favorito na categoria. E, apesar de muita gente estar torcendo por Sérgio Mendes e Carlinhos Brown em Melhor Canção, “Real in Rio“, da animação “Rio“, de Carlos Saldanha, foi derrotada por “Man or Muppet“, que Bret Mckenzie compôs para “Os Muppets“. Sorry, Brasil, ainda não foi desta vez que ganhamos um Oscar.
Woody Allen ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, por “Meia-Noite em Paris“. Mas como ele nunca vai às premiações, a atriz Angelina Jolie agradeceu em nome dele. Já o trio formado por Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash estava todo contente ao receber as estatuetas de Melhor Roteiro Adaptado, por “Os Descendentes“, o único prêmio que o filme estrelado por George Clooney que ganhou.
Nas principais premiações, “O Artista” se deu melhor, ganhando os Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor (Michel Hazanavicius), Melhor Ator (Jean Dujardin), além de Melhor Trilha Sonora (Ludovic Bource) e Melhor Figurino (Mark Bridges). Em seu discurso, o cineasta agradeceu a todos, até mesmo o cãozinho que é um dos destaques da produção. Já Dujardin disse que amava os EUA e lembrou a primeira cerimônia do Oscar, com Douglas Fairbanks. No fim, o produtor de “O Artista”, Thomas Langman agradeceu a todos da Academia pelo Oscar de Melhor Filme e o diretor Michel Hazanavicius pediu aos filhos para irem dormir lembrando o lendário Billy Wilder.
Meryl Streep, que se tornou a recordista de indicações, desta vez levou o Oscar para casa após mais de 20 anos. Sua interpretação como Margaret Thatcher arrebatou os votantes da Academia e deram para ela o prêmio de Melhor Atriz, contrariando as expectativas de que Viola Davis poderia vencer por “Vidas Cruzadas”. O filme “A Dama de Ferro” também conquistou a estatueta de Melhor Maquiagem, que foi recebida por J. Roy Helland e Mark Coulier, que trabalha com Streep há 37 anos, e não foi esquecido por ela em seu discurso de agradecimento.
A cerimônia deste ano não foi melhor ou pior do que a do ano passado. Mas algumas coisas precisam ser revistas para torná-la mais atraente e menos entediante, já que as piadas não funcionaram muito bem e ficou meio incompreensível o fato de que cortaram os números das músicas indicadas ao Oscar, mas houve uma apresentação do Cirque du Soleil que, embora aplaudida de pé, não fez muito sentido na festa. Essas e outras coisas devem ser melhor pensadas para o próximo ano. Mas quem curte cinema, com certeza vai acompanhar a próxima edição do Oscar. Até 2013!
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