O trailer de Para Minha Amada Morta mostra um filme que o próprio filme não sustenta. Isso só denota o quanto o longa do diretor Aly Muritiba é muito melhor como ideia do que sua execução. Isso porque seu argumento promete ir além do interessante, propondo uma investigação instigante sobre a humanidade que há por trás da possessividade.
Após a morte de sua esposa, o fotógrafo Fernando (Fernando Alves Pinto) torna-se um homem calado e introspectivo. Ele vive cercado de objetos pessoais da falecida até descobrir, em uma fita VHS, uma surpresa que coloca em dúvida o amor da esposa por ele. A partir de então, Fernando decide investigar a verdade por trás destas imagens, desenvolvendo uma obsessão que consome seus dias e sua rotina, o que desemboca no encontro com o amante e sua família.
Apesar da promissora trama, o roteiro fica na intenção e esvazia seu contexto em uma prolixidade bem irritante, expondo sua falta de história ao desenvolver a trama em si. O próprio envolvimento do protagonista com a filha do amante de sua mulher é apenas expositivo, em uma manobra oca do desenrolar da história.
O elenco, em média, não ajuda muito, com atuações ora pedestres, ora burocráticas, assim como a frouxa direção de Aly, que não estabelece a dimensão do thriller que se ensaia, transformando sua boa ideia em um filme inconsistente, arrastado e muito aquém de seu próprio trailer.
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