Quando foi anunciada a nova versão cinematográfica dos Power Rangers para o cinema, os fãs mais hardcore até comemoraram, porém, os que apenas gostavam da série, ou viam um episódio ou outro não deram tanta atenção à notícia, afinal, são tantos filmes de heróis hoje em dia que não é difícil se perder em meio a tantos anúncios de adaptações. Porém, o que causou muita animação mesmo foi um fan film de luxo dirigido por Joseph Kahn (que dirigiu “Fúria em Duas Rodas”, além de videoclipes de artistas como Britney Spears, Garbage, 50 Cent e do “clássico” ‘Backstreet’s Back’ dos Backstreet Boys) lançado há pouco menos de um mês na internet e estrelado por James Van Der Beek. Intitulado apenas como “Power/Rangers”, o curta metragem de 14 minutos vem sendo chamado também de “Power Rangers Sombrio”, ou “Power Rangers Adulto”.
Nele, o que chama atenção é que os heróis do tokusatsu mais famoso do mundo estão inseridos em um contexto futurista tecnológico, visualmente semelhante ao de “Blade Runner” e aos filmes dos Wachowski, e com um teor bem mais adulto do que o da série, porém sem perder a essência do original e fiel ao cânone. A trama se inicia após uma crítica batalha entre os Rangers e o Império das Máquinas, em que o Megazord é destruído, o governo da Terra negocia um trato com as máquinas e os Power Rangers se separam. Alguns anos depois, Rocky (James Van Der Beek), o ex- segundo Ranger Vermelho está com um implante biônico e passou para o lado das máquinas. Ele interroga Kimberly (Katee Sckhoff, a Starbuk da série “Battlestar Galactica”), a ex-Ranger Rosa, sobre o paradeiro de Tommy, o ex-Ranger Verde. Daí, vamos conhecendo os finais trágicos de cada um dos outros Rangers, Jason, Zack, Trini e Billy.
O vídeo está fazendo um grande sucesso, e muita gente já torce para que a adaptação para o cinema tenha a mesma pegada. Na verdade, não é um absurdo sonhar com isso. Por quê? Em Hollywood não se joga para perder. Vejamos: o primeiro longa metragem, de 1995, “Power Rangers: The Movie”, não era muito diferente do seriado. Era apenas um episódio mais longo, super produzido e todo feito nos EUA (a série era originalmente feita no Japão, mas quando os heróis apareciam à paisana, essas cenas eram substituídas por outras feitas nos EUA com atores americanos).
Como o produto original estava sendo exibido, e no auge de sua popularidade, não interessava alterar suas características no cinema. Agora, no entanto, o cenário é outro. Vinte anos se passaram da época em que os heróis sentai estavam na crista da onda, então, faz-se necessário introduzi-los a uma nova geração, que teve pouco ou nenhum contato com eles, e ao mesmo tempo, não entediar os fãs antigos que já são adultos e demandam uma trama mais consistente do que aquelas vistas na atração televisiva.
O curta metragem de Kahn serviria como um bom norte para os roteiristas Ashley Miller e Zack Stentz (que assinaram o roteiro de “X-Men: Primeira Classe” e “Thor”) no desenvolvimento do conceito da nova aventura dos Rangers. Tudo bem, as referências a sexo e drogas que vemos no vídeo terão obviamente que ser limadas assim como a intensa violência gráfica, afinal, o filme deverá ser, no máximo, PG 13. Inclusive foi devido a esse conteúdo impróprio que o ator Jason David Frank, o Tommy original, que iria voltar ao papel neste curta, declinou. Contudo, o visual sombrio e futurista e todo o conceito da ação podem perfeitamente ser aproveitados, e os produtores estão de olho nisso, até porque, a maioria dos filmes de super herói tem apostado em um clima mais sério.
Um filme multicolorido como era o seriado poderia afastar a nova geração, que tem a trilogia do Cavaleiro das Trevas como referência. E por falar em Batman, vale lembrar que o já clássico curta “Batman Dead End”, um fan film de 2003, foi considerado por muitos fãs do Homem Morcego muito melhor do que todos os filmes do personagem feitos até então. Dois anos depois saiu “Batman Begins” que, coincidência ou não, tem muito do clima de “Dead End” faça o tira-teima assistindo aqui:
Esperaremos pela produção de “Power Rangers”, que se inicia em breve, mas ao que tudo indica, a linha proposta pelo fan film parece ser o melhor caminho.
Se você ainda não viu o fan film, assista abaixo.
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