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“Prometheus” é ainda melhor como redenção de um burocrático Ridley Scott

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Ridley Scott estava em crise. Seus filmes, outrora instigantes e inquietos, ultimamente caíam sempre na preguiça do conformismo (Cruzada, Um Bom Ano…) ou na grandiloquência burocrática (O Gângster, Falcão Negro em Perigo, Rede de Mentiras, Robin Hood…). Quem diria que seria através de um blockbuster que o diretor destacaria o vigor que tanto deu forma a sua personalidade artístico, principalmente na década de 80.

Prometheus é um prelúdio de Alien – O Oitavo Passageiro que conta a história de uma expedição espacial a bordo da nave que dá nome ao filme. Escrito por Jon Spaihts e Damon Lindelof, o roteiro mostra esse time de exploradores que, ao descobrirem evidências de que toda a vida no planeta Terra foi criada a partir de um ser alienígena, partem rumo a um desconhecido planeta que parece ser o lar dos nossos criadores, intitulados de Engenheiros. Sem a figura marcante de Sigourney Weaver,  temos agora como protagonistas a cientista Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e a executiva Meredith Vickers (Charlize Theron). A primeira acredita que a humanidade veio de alienígenas e quer conhecê-los, já Meredith busca resultados mais pragmáticos na viagem que a empresa dela, a Weyland, financia com base nos estudos de Elizabeth.

Talvez para os fãs (mais xiitas) de Alien, o filme não seja lá um complemento dos mais entusiasmantes. Scott substancializa seu universo mas o dinamiza com as propriedades do século XXI. O roteiro ensaia um “filosofismo” e vai tentando dar sentido as tramas de seus personagens, mas é na sua aritmética escapista que ele encontra maior êxito.  E, ainda que não seja uma obra de representativo valor artístico ou marcante para o cinema (como o próprio Alien), Scott consegue equilibrar com ousadia essas duas vertentes entre o blockbuster e o substancial. Inclusive se valendo de nossa tensão para entregar cenas verdadeiramente bem aterrorizantes, e tudo através de uma plástica (cenografia, figurino e design) impecável.

Com um elenco brilhante (as protagonistas dão credibilidade vital a tudo e Michael Fassbender, mais uma vez, mostra o porquê seu nome virou recorrente nas produções ianques…), o diretor demonstra seriedade ao não se levar a sério, deixando que sua maturidade sobressaia sobre seu discurso. Prometheus  acaba funcionando como um estandarte desse desprendimento e reafirmando a tese de que o cinema precisa mais do vigor de uma realização do que de uma “marca” de pretensão.

[xrr rating=3.5/5]

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1 Comentários

  • Pelo contrário, a vissitude da fisiologia dos Engenheiros e a vida não foi confusa pra vcs? E o protoalien? Fica as perguntas.

    Mas adorei, lembro do filme de 1979, e um Engenheiro aparece naquela cena do Space Jockey.

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