‘Protegendo o Inimigo” e as boa escolhas de Denzel Washington

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Denzel Washington pode estar fazendo o mesmo o papel há anos, mas ele o faz muito tão bem que revigora até a mesmice. E geralmente ele faz escolhas interessantes em filmes acima da média.

Protegendo o Inimigo vai por esse caminho, e até surpreende em sua análise discursiva, ainda que nada acrescente de novo ao termo. O thriller de US$ 85 milhões, rodado com firmeza e estilo, pelo sueco de origem chilena Daniel Espinosa, e com roteiro de assinado por David Guggenheim, traz Washington como um agente deser­tor da CIA que vende segre­dos da agên­cia. Trata-se da tortuosa missão de um inexperiente agente da CIA chamado Matt Weston (Ryan Reynolds). Inicialmente, sua tarefa era apenas a de tomar conta do abrigo para o qual seria levado o famoso ex-agente Tobin Frost (Denzel), acusado de traição e considerado um inimigo do país. Porém, devido a uma invasão ao local por outro grupo que também quer pôr as mãos em Frost, custando a vida de toda a equipe da CIA responsável por ele, o “zelador” se vê repentinamente incumbido de garantir a segurança do perigoso prisioneiro até que este seja transferido para outra equipe.

Claro que como ferramenta esquizofrênica estadunidense, o filme segue as “normas” dos filmes de ação, às vezes até forçando uma boa barra, como nas (tensas) cenas num estádio de futebol. Mas, tanto o roteiro quanto a direção procuram nivelar por fora, sob a verve da adrenalina, uma trama bem concisa – até pela sustentação bem vinda do núcleo da CIA, com Vera Farmiga e Brendan Gleeson, que interpretam respectivamente Catherine Linklater e David Barlow potencializando o aspecto político. Se como gênero, o filme é conivente com o, digamos, mercado, como história, sabe muito bem se valer de sua estrutura para surpreender. O roteiro vai dando algumas viradas muito bem pensadas para, no fim, fazer uma crítica a política interna americana.

Se fizermos um retrospecto do cenário de filmes blockbuster, veremos que ter um filme bem feito e bem justificado, mesmo sem tanta originalidade temática é hoje, quase um luxo. E Denzel sabe e tira bom proveito disso.

[xrr rating=4/5]

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