Ficção científica já é em grande parte um vislumbre pela forma. Por isso, talvez até mais do que outros gêneros, é vital que o conceito seja firmado habilmente na sua história. Transcendente – A Revolução se perde já em seu ponto de partida: não há conceito nem para o que defende como trama. Lá pelo meio da narrativa – um tanto obtusa – as coisas deixam de fazer sentido de vez e a dificuldade para continuar acompanhado a história é latente. Seu defeito é até facilmente explicável. O filme marca a estreia na direção Wally Pfister, diretor de fotografia de um dos cineastas mais importantes do cinema americano contemporâneo: Christopher Nolan. Logo, entendemos que sua falta de experiência encontrou na necessidade de auto afirmação e excessiva referência a seu “mestre” uma forma de tornar seu primeiro longa a chatice pretensiosa que é.
Will Caster é um cientista cuja pesquisa busca criar uma inovadora forma de inteligência artificial, o que seria uma transcendência da mente humana. Sua esposa é uma aliada na pesquisa por acreditar que isso seja uma forma de ajudar a humanidade em vários outros sentidos, principalmente os de sobrevivência. Um grupo antagônico extremista “contra essa desumanização” consegue assassinar o cientista e é a partir do seu legado que o filme (tenta) se desenvolver.
Jhonny Depp também não ajuda. Na verdade, sua escalação é um erro. Seu papel exigia uma interpretação mais firme, e não uma linearidade, digamos, cool, que Depp emprega aqui. O restante do elenco é até bom – com Rebecca Hall brilhando como e quando pode – mas nada salva o todo tão mal escrito e conceituado. Os furos no roteiro são risíveis. No fim, fica a sensação de que parece um daqueles telefilmes B de canal de ficção ordinário. O resultado é que a bilheteria vem decepcionando, o quer não é nem tanta surpresa dada a história tão mal acabada. O astro americano até tem filmes promissores para lançar nos próximos anos, dentre eles os esperados Into The Woods e Black Mass, mas depois de tantos fracassos sucessivos (artísticos e financeiros), está na hora de conhecer o real sentido da palavra transcender…
é só um filme para passar o tempo. e isso ele cumpre muito bem.
Não deveria ser “só um filme para passar o tempo”, se eu for assistir, é na ânsia de ver algo memorável, embora eu não bote tanta fé no Jonnyzinho como ator. Faz tempo que não vou ao cinema, voltei ao velho hábito de ficar só comprando HQs mesmo com a grana extra.