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"A Recompensa": roteiro fraco e péssima direção prejudicam o longa

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Dom-Hemingway-Portable

Fazer um bom filme não é tarefa fácil. Claro que um bom elenco ajuda – ou pelo menos, deveria. Mas, quando o roteiro e a direção não se mostram tão competentes, nem mesmo bons atores podem salvar o filme de ser um fracasso iminente. E, infelizmente, é isso o que vemos em “A Recompensa” (Dom Hemingway, Reino Unido, 2013).
O filme nos conta a história de Dom Hemingway (Jude Law), um famoso arrombador de cofres que é solto após passar doze anos na prisão. De volta às ruas de Londres, ele procura seu amigo Dickie (Richard E. Grant), para juntos fazerem uma visita ao chefe do crime, Fontaine (Demian Bichir) – a pessoa de quem Dom exigirá sua recompensa por ter ficado de boca fechada durante todo esse tempo. E, enquanto tenta recuperar o dinheiro que lhe é devido, Dom também tenta retomar o contato com a filha, Evelyn (Emilia Clarke, a Daenerys Targaryen da série “Game of Thrones”), que ficou abandonada após a mãe morrer de câncer, enquanto ele estava na cadeia.

A julgar pelo elenco principal do filme, qualquer pessoa normal esperaria nada menos que uma excelente história e performances inspiradas. Contudo, o filme fica muito aquém disso. Jude Law surpreende, mais uma vez, e surge quase irreconhecível em tela – bem mais gordo, com menos cabelo e com um par de costeletas de fazer inveja ao Elvis. Sua interpretação (com direito a um sotaque ainda mais carregado) é excelente. O elenco principal, como um todo, se esforça bastante, mas o roteiro fraco e a péssima direção de atores (ambas funções assinadas por Richard Shepard) não dão brecha para um bom desempenho do elenco. A história simplesmente não flui.

A edição é outro ponto fraquíssimo do longa. Além de ser uma péssima tentativa de copiar o estilo de Tarantino (o que fica evidente desde o começo do filme), as cenas de ação são patéticas – em particular, a do acidente de carro, onde todos saem voando pelos ares fazendo caras e bocas de forma bem caricata (quase como em um desenho animado). O que ajuda um pouco o longa são a fotografia de Giles Nuttgens  e a trilha sonora de Rolfe Kent (conhecido pelas trilhas sonoras da série “Dexter” e no filme “Clube da Luta”). Ao final, você não sabe se fica feliz por que o filme acabou ou se fica surpreso pela forma brusca como ele termina.
Infelizmente, “A Recompensa” se mostra um desperdício de atores talentosos, de tempo e de recursos.

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