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Rio é deslumbrante, mas insosso.

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Antes de falar qualquer coisa, devo informar aos leitores que esta crítica se baseia na cópia 3D dublada. Apesar de acreditar que qualquer filme perde parte de seu encanto e charme sem as vozes originais, este é o produto que a distribuidora está colocando em boa parte das 1008 salas de cinema pelo Brasil em que Rio será exibido, e assim deve ser analisado. Também não entrarei nos detalhes da sinopse, pois a mídia vem nos bombardeando com a premissa faz algum tempo.

Muito já se falou e ainda se falará sobre como a cidade do Rio de Janeiro nunca esteve tão em voga, por bem ou por mal. E Rio, quinto longa metragem animado do diretor brasileiro Carlos Saldanha deve fazer este sentimento crescer ainda mais. Afinal de contas, o filme é nada mais que uma declaração de amor à cidade e ao seu povo. E esse amor é demonstrado não só nas panorâmicas e no iminente carnaval que toma a cidade quase por inteiro, mas no retrato pouco caricato do lugar, de seus habitantes, suas maravilhas e seus problemas – seria pedir demais um retrato nada caricato em um filme que tem o público infantil como principal alvo.

Mas não só isso, Rio tem um visual deslumbrante, algo que se intensifica bastante nas sessões 3D – apesar de, em 24 quadros por segundo, ainde resulte em muitos borrões. E não falo somente das cores, das coreografias e cenas de ação e aventura. Tudo é visto de maneira bastante fiel, é possível indentificar várias bairros, ruas e pontos turísticos, inclusive observando detalhes como as lixeiras espalhadas pela cidade e os carros de polícia, idênticos aos reais. Para quem conhece o Rio de Janeiro, é difícil não se pegar tentando descobrir onde as cenas se passam e se há algum erro ao retratar um local. Divertido, mas é só um detalhe.

Porém, passado o dislumbre visual e a surpresa de se ver uma favela que não parece um campo de guerra, mas também não é povoada por santos, ficamos sedentos para que a história e os personagens nos empolguem e mantenham a atenção no filme até seu desfecho, o que não acontece, para surpresa de poucos. Não só por estar recheado de clichês, mas de personagens pelos quais é difícil criar alguma relação, de tão insossos que são. E quando as piadas e personagens funcionam, é por tempo limitado, rapidamente volta-se a sentir estar diante de uma história vazia, sem coração.

Infelizmente, para qualquer diretor e estúdio envolvidos com animação, é quase impossível não compará-los com os filmes da Pixar, estúdio que hoje pertence à Disney e mantém quase sempre sua excelência visual e narrativa. E Carlos Saldanha não é exatamente um grande diretor. Seus filmes (dirigidos ou co-dirigidos em parceria com o americano Chris Wedge) sempre carecem de carisma, suas piadas se tornam repetitivas ao final das projeções e seus personagens ficam cansativos. Seu maior mérito, até hoje, foi criar o esquilo pré-histórico Scrat, que deu as caras de maneira genial no primeiro A Era do Gelo, mas em suas aparições no resto da trilogia, está sempre (sempre) na mesma situação.

Entendo que se trata de filme para jovens e adultos que não querem cinismo ou complexidade servidos com seu combo de pipoca e refrigerante, mas um pouco mais de substância e finalidade não fariam mal a ninguém. É quando se percebe que a declaração de amor nada mais é do que uma desculpa para colocar uma das cidades mais bonitas do mundo nas telas e explorá-la geograficamente com algumas cenas de aventura, perseguições, poucas piadas boas e um final totalmente descartável e frustrante. Venderá muitos ingressos, brinquedos e passagens, mas logo será esquecido. A Fox agradece.

 

[xrr rating=2/5]

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1 Comentários

  • O velho e bom recalque e complexo vira latas…meu deus…o desenho é deslumbrante e foi feito pra divertir , entreter…não é documentário , nem se passa no complexo do alemão…muito menos vai ter criança morrendo de dengue na porta do hospital…é uma fábula, ficção e é divertidíssimo, como todos os desenhos do espetacular Carlos Saldanha…..ah, ele é só um lixo comercial made in usa…kkkkkkkkkkk…..inveja é uma m.!!!!

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