Quando o cinema brasileiro redescobriu sua mina de ouro, leia-se, a comédia, principalmente na “franquia” Se Eu Fosse Você, já ficava claro que, contra a banalização do gênero e o oportunismo da proposta recorrente, sobrava o talento inquestionável dos atores. Ao fim da sessão de “S.O.S. Mulheres Ao Mar” isso logo me veio a mente. Levemente superior que o média na gênero, o que não é grande coisa uma vez que o nivelamento tem sido sempre qualquer nota.
A trama é das mais previsíveis: Adriana (Giovanna Antonelli, solar e lindíssima) toma um pé na bunda do marido Eduardo (Marcello Airoldi), que a troca pela bela atriz Beatriz Weber (Emanuelle Araujo). Para tentar recuperar seu casamento, ela embarca disfarçada num cruzeiro rumo a Itália no qual o ex e sua nova paixão estão. Suas companheiras são a irmã Luiza (Fabiula Nascimento, sempre tão boa) e sua empregada Dialinda (Thalita Carauta, roubando a cena). Reynaldo Gianecchini vive André, um galã que viaja sozinho e cruza o caminho de Adriana.
Quando as comédias se propõem mais pelos lados do romantismo, como o “bonzinho” Meu Passado Me Condena, o resultado vem sendo bem melhor. A primeira parte do filme, que conta com o desenvolvimento hilário das três personagens principais, é realmente bem sucedido na façanha de divertir, mesmo com alguns furos do roteiro. Mas aí o roteiro, escrito a quatro mãos, começa a demonstrar a falta de consistência ou o excesso de ideias “criativas” . Tanto que as cenas em Veneza são banais e com diálogos inexplicáveis de tão infantis. Por outro lado, as atrizes – numa conjunção perfeita de química e técnica – tomam toda a nossa a atenção a ponto de (quase) esquecermos os defeitos do resto – que se adicionam às marcações televisivas, a fotografia burocrática e a trilha medíocre. No fundo, S.O.S. Mulheres Ao Mar não naufraga pelo apelo irresistível de suas atrizes. É a lógica “dos males o menor”. Mas dentre os males, confesso que dei boas gargalhadas.
[xrr rating=2.5/5]
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