Continuando com os painéis apresentados na San Diego Comic Con, um dos mais interessantes foi apresentado pelo eterno Monty Python Terry Gilliam, sobre seu novo filme “O Imaginarium do Dr. Parnassus” último trabalho de Heath Ledger, que morreu durante as gravações. Em um gesto de ousadia, em vez de paralisar a produção a morte do ator e amigo do diretor, foi substituída parcialmente por Jude Law, Johnny Depp e Colin Farrell.
Segundo Gilliam, este é o filme mais maduro que ele já fez e ao mesmo tempo o mais juvenil. A história é sobre um imortal de mil anos de idade (o Dr. Parnassus do título, interpretado por Christopher Plummer), que lidera uma trupe de teatro viajante que oferece aos seus espectadores a chance de ir além da realidade através de um espelho mágico. A trupe é completada por um prestidigitador (Andrew Garfield), um anão (Verne Troyer) e sua filha (Lily Cole).
Parnassus ganhou a imortalidade por vender a alma de sua filha ao Demônio (Tom Waits). Quando ele chega para clamar seu prêmio no aniversário de dezesseis anos da menina, a trupe, acompanha por um estranho misterioso chamado Tony (Ledger) embarcam em uma jornada através de realidades paralelas para resgatá-la.
A idéia sobre o revesamento do papel de Ledger, acabou caindo como uma luva para a trama do filme. Como o mesmo é situado em uma viagem através de diversos reinos mágicos paralelos, faz sentido que o forasteiro Tony fosse interpretado e aparecesse de maneira diferente em cada uma delas, possibilitando ao mundo assistir ao último trabalho de Ledger.
Gilliam também mostrou ao público diversos clipes de seu filme, ainda que tenha explicado previamente que ele odeia quando estes trailers entregam apenas “as partes boas” e que por isso ele iria apenas compartilhar “as partes entediantes”. Em seguida foram exibidas cenas que continham, entre outras coisas, tapetes mágicos, mundos feitos de espelhos, padeiros carnavalescos em meio a Londres moderna, e outras coisas que certamente não entediaram o público.
Terry afirmou que uma das inspirações de seu filme foi o fracasso de público que sua última obra, a bizarra e pitoresca “Tideland”: “Eu estava sentindo pena de mim mesmo porque Tideland não havia sido o sucesso que eu esperava. Eu sentia que ninguém queria ouvir o tipo de histórias que eu gosto de contar. Então Parnassus cresceu disso como um homem com um show viajante tentando fazer com que as pessoas deixem suas imaginações aflorarem”.
Uma outra notícia importante é que Gilliam re-adquiriu os direitos do roteiro de “The man who killed Don Quixote” e que ele pretende finalmente filmar o projeto, que ficou embarreirado por estúdios durante boa parte dos anos 90. Mas ele afirma que este não será o mesmo filme que o fez se apaixonar naquela época. “Depois de sete anos não lendo o script por que acreditava que ele era perfeito, eu o li, e o re-escrevi. Não era perfeito, então talvez este espaço de tantos anos tenha sido bom para o filme. Jeremy Thomas o está produzindo e estou agora na caçada por dinheiro e atores”.
Depois do painel Terry Gilliam recebeu o prêmio Inkspot, dado aos cineastas na San Diego Comic Con.
Excelente! Acho que o Gilliam ainda está tentando vender o filme para uma grande distribuidora, o que é realmente uma vergonha.
Enquanto que GI Joe, Transformers e mais outros milhares de filmes totalmente descartáveis ganham rapidamente investidores, uma produção – aparentemente – inteligente têm que penar, mesmo com grandes atores, para conseguir chegar ao público da maneira correta.
🙁
Legal ver o Gilliam da SDCC, gostaria realmente de poder ter estado nessa mesa… As coisas que ele disse, por outro lado, me deixaram ainda mais aimadas para ver o filme; pena que ele dificilmente chegará aos nossos cinemas, mas posso me contentar em vê-lo em DVD..
Quanto ao fato deste ser o filme mais infantil, acho até isso algo fácil de alcançar, tendo Tideland como criações passadas (me assustaria se ele falasse que esse era seu filme mais infantil….)