Se tem um lugar onde o dinheiro mais corrompe, esse é o cinema. E sem ingenuidades de que seja apenas o norte-americano. Porém Se Beber Não Case 3 é tão derivativo dessa ambição que a carapuça serve que é uma beleza. O primeiro filme era mais interessante que propriamente engraçado. O segundo, uma espécie de auto cartilha, nas raias da mediocridade. Qual a razão para um terceiro filme? Simples, 1 bilhão de dólares rendidos com os primeiros longas.
Depois de aturar suas inconstâncias e loucuras sucessivas (o filme começa com uma girafa sendo decapitada), a família de Alan (Zach Galifianakis) decide interná-lo em uma instituição para tratá-lo de seus problemas psicológicos, mas para isso pede a ajuda dos amigos, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Doug (Justin Bartha). Quando estão a caminho do tal lugar, eles são interceptados pelo mafioso Marshall (John Goodman), que exige que eles encontrem Chow (Ken Jeong), pois o traficante roubou milhões de dólares em barras de ouro dele. Para garantir que eles cumpram o acordo, o grupo de Marshall sequestra Doug, e diz que só o soltará quando o dinheiro for encontrado.
Nesse fiapo de história, o roteiro do próprio diretor Todd Phillips, junto com Craig Mazin, resolve se apoiar comicamente na relação de Alan e Chow, deixando o resto do (bom) elenco em injustificado segundo plano. O astro e indicado ao Oscar (pelo excepcional O Lado Bom da Vida) Cooper, praticamente faz uma participação de apoio… Fato esse, bem sintomático para a total falta de humor dessa sequência. Apesar disso, o elenco brilha (como pode) e Zach continua com sua curiosa composição de seu excêntrico personagem. Até a fotografia é digna de nota. Mas a sensação de estar sendo lesado por uma “comédia” que para (tentar) fazer rir precisa requentar as próprias fórmulas, é inevitável. O dinheiro continua corrompendo alguns. Só espero que nossa inteligência nos livre da tentação de sermos corrompidos também pelo cinema.
[xrr rating=2/5]
Bela crítica, fiquei com a mesma impressão.