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"Suprema" é basicamente filme para colorir

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Ruth Bader Ginsburg é um dos nomes mais importantes do sistema jurídico norte-americano, símbolo da luta institucional pelos direitos iguais e, atualmente, integrante honrosa da Suprema Corte. Sua carreira é repleta de superlativos e marcada pelo signo da luta, o que obviamente, chamaria a atenção de Hollywood, nascendo assim, “Suprema”, dirigido por Mimi Leder (da série The Leftovers).

Há uma tentação recorrente em biografias que perpassam a trajetória de personalidades como Ruth (também conhecida como RBG), que é o de chafurdar na sacarose o tom dos dramas pessoais, para no fim, dar uma sentido quase épico à lição de vida que se tenta desesperadamente tirar daquilo. Mimi cai um pouco nessa maceta, o que na verdade nem faz tanto sentido numa narrativa como a da retratada. Basta assistir ao bom documentário sobre sua vida – que também saiu ano passado nos EUA e foi até indicado ao Oscar (RBG) – para entender que humanizar sua biografia não é sinônimo de fazer ceninha com ela tendo epifania no meio da rua, debaixo de chuva, com trilha catártica.

Felicity Jones é uma atriz superestimada, e pouco acrescenta ao filme, assim como a escolha da direção por um viés mais convencional e por vezes, burocrático, da ascensão dela na trama. Existe um outro lado disso tudo que é o fato do didatismo também dialogar mais rápido com grandes plateias. E até inspirar.

Quase que um RBG para colorir. Nesse sentido o filme quase flui bem. Fluir por fluir nunca foi mérito no cinema. Até as animações da Pixar sabem disso. Talvez o retrato da vida de Ruth merecesse a complexidade que ela teve para chegar onde chegou. 

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