Pior do que uma comédia que NUNCA faz rir, é uma boa premissa sendo hediondamente desperdiçada. “O Concurso”, nova comédia tupiniquim para potencializar o oportunismo do cinema nacional, reafirma a tese de que estamos tendo quantidade, e não só carecendo de qualidade, como de alguma efetividade cômica.
Já nos primeiros minutos a gente percebe o quão primário o roteiro vai (tentando) se desenvolver, e a ideia de satirizar o universo disputado dos concursos públicos (algo até vendido nos trailers e chamadas do filme). Revela-se uma mera desculpa para piadas fáceis e personagens sem qualquer estofo, até para fazer rir.
Dirigido por Pedro Vasconcelos, em sua primeira incursão cinematográfica como diretor, o longa conta a história de quatro jovens: o paulista Bernardo (Rodrigo Pandolfo), o carioca Caio (Danton Mello), o gaúcho Rogério Carlos (Fábio Porchat) e o cearense Freitas (Anderson Di Rizzi). Eles se classificaram para a última fase do concurso para juiz federal e a prova será no Rio de Janeiro, em uma segunda-feira.
Contudo, todos precisam se apresentar para o credenciamento na manhã de sábado. A partir daí, com 48 horas até o início do exame e nada para fazer, o inusitado quarteto se meterá em uma confusão atrás da outra.
Porchat e Pandolfo, dois dos mais brilhantes atores da nova safra, tentam fazer o que podem dentro da limitação de seus papéis, e a participação (carismática) de Sabrina Satto revela o que na verdade o filme é: uma banalidade feita nas coxas para garantir o milhão preguiçoso nas bilheterias.
Sua realização remete ao pior do cinema brasileiro feito nos anos 80 e 90: deficiente em roteiro, direção e tentativa de gênero. Acredite, dez minutos de Valéria e Janete no Zorra Total (!) valem muito mais do que uma hora e meia dessa bobagem…
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