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“Transformers: O Despertar das Feras” desperdiça chance de revigorar a franquia

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Transformers é aquela franquia de filmes que quanto mais se acredita que já se exauriu, mais o estúdio, no caso a Universal Pictures, tem plena fé de que ainda rende algo, principalmente no que tange aos lucros de bilheteria. O novo título, “Transformers: O Despertar das Feras”, confirma que a fórmula já está deveras esgotada e é preciso uma ganância desmedida para se continuar investindo nela com tanto afinco.

A trama se passa em 1994 (aquele velho truque de situar a trama no passado para se valer da nostalgia) com uma aventura global mostrando que houve uma briga das grandes antes dos eventos de “Transformers” (2017), em que Maximals, Predacons e Terrorcons dão mais quebra-quebra e explosão entre Autobots e Decepticons.

Transformers: O Despertar das Feras

A premissa parece seguir a ideia de “Bumblebee”, situando a trama no passado, mostrando o que já estava acontecendo com Optimus Prime e companhia. Ocorre que ao contrário do longa de 2018, que realmente explorava a ambientação de época a favor da trama, esse aqui nos dá a impressão que poderia perfeitamente se passar em qualquer período, inclusive nos dias atuais. Por que estabelecer a história nos anos 90? certamente por ter sido a época em que ia ao ar “Beast Wars”, espécie de spin-off de Transformers aproveitado no mote desse filme. Mas curiosamente a história aqui se passa antes de o programa ser exibido (estreou em 1996).

A história, a bem da verdade, não faz nenhum sentido, o que não deveria causar surpresa a quem já está familiarizado com a série de filmes. Tudo é motivo para perseguições, lutas entre robôs que no fim das contas não têm nenhuma consequência, além das piadinhas, a maioria carecendo de graça.

Nem tudo está perdido na guerra dos robôs de Cybertron. A movimentação é bem mais fluida e inteligível do que nos quatro filmes dirigidos por Michael Bay, por exemplo. Os efeitos especiais também podem ser considerados um ponto positivos, embora o excesso deixe a coisa um pouco cansativa.

Transformers: O Despertar das Feras

O diretor Steven Caple Jr. (“Creed II”) cumpre a encomenda do estúdio de entregar um espetáculo visual com pouco tempo para respirar, e, principalmente, pensar. E como em todo filme de Transformers, o elenco humano é coadjuvante e serve para representar o espectador entre os gigantes cibernéticos. Mas aqui os terráqueos são tão pouco empáticos que o desiderato não se cumpre.

Por fim, esse “Transformers: O Despertar das Feras” tinha chances consideráveis de revigorar a franquia a julgar pela premissa e os novos elementos adicionados. Mas optou-se pela repetição, e nem mesmo o que a cena final promete para a série empolga muito. Se a ordem do dia é investir em prequel, uma trama passada na guerra do planeta Cybertron poderia render algo bem mais interessante

Transformers: O Despertar das Feras

Transformers: O Despertar das Feras
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Nota: 4/10: Ruim
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