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“Turma da Mônica – Laços”: muito mais do que um valor afetivo

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Não é só valor afetivo que pesa na feliz realização da versão em live action do quadrinho brasileiro mais bem sucedido até hoje. Turma da Mônica – Laços é uma muito bem compreendida adaptação do diretor Daniel Rezende daquilo que o criador Maurício de Souza sabia fazer de melhor: criar ambiente lúdico para refletir a infância de todas as gerações através de seus principais personagens, Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.

Baseado numa graffic novel homônima de 2013, escrita pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, o filme narra a comoção gerada pelo sumiço de Floquinho. O quarteto do bairro do Limoeiro usa de sua astúcia e união de forças para resgatar o bichano. Essa busca acaba por fortalecer a própria relação. O elenco infantil, sem exceção é um achado, especialmente pela sutil caracterização e boa condução cênica da direção, aproveitando o carisma das crianças para uma atuação mais espontânea, mesmo em momentos mais dramáticos.

Daniel transforma a meticulosa direção de arte num personagem. A história proporciona uma imersão naquele bairro Limoeiro, num resultado entre o lúdico e direta percepção afetiva (vinda dos quadrinhos).

Com trilha sonora de Fabio Góes e fotografia de Azul Serra, a narrativa absorve a dinâmica simples e fabular do roteiro (a participação de Rodrigo Santoro como Louco, é muito mais interessante do que esperávamos), tornando tudo uma aventura saborosa como os quadrinhos que líamos na infância. Esse resultado subjetivo que o diretor consegue extrair é respeitoso com o passado e persuasivo para o público de hoje.

Não é mesmo só valor afetivo, Turma da Mônica – Laços tem o valor próprio de uma produção que respeita a inteligência geralmente subestimada do termo “filme para toda a família”.

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