Baseado na obra escrita por Brian Selznick (que também é o autor de A Invenção de Hugo Cabret), “Sem Fôlego” (Wonderstruck) conta duas histórias em paralelo de crianças que tem problemas de surdez. A primeira história fala sobre uma menina nos anos 20 que foge de casa da opressão do pai e vai atrás de um corte de jornal sobre uma atriz de filme mudo e de um cartão-postal do irmão mais velho que mora em Nova York. Na segunda trama, nos anos 70, um garoto que perdeu a mãe recentemente e que acaba de perder a audição, parte para Nova York descobrir quem é o seu pai, sobre quem sua mãe nunca revelou qualquer informação.
Para contar essas histórias, a direção de Todd Haynes tem função especial, pois precisa manter o público atento em meio a muitos momentos sem diálogos (ou mesmo som). Com isso, a importância de ter boas escolhas no que tange à trilha sonora, ao uso de edição e o bom uso das imagens filmadas. As cenas finais são um deslumbre de ideias, imagéticas e sonoras que o diretor cria de uma forma onírica e com um extremo bom gosto – que podia se tornar muito piega nas mãos de diretores menos tarimbados. Aliás, é bom destacar a utilização de um remix de uma música clássica extremamente tradicional, mas posta nesse momento do filme que acaba funcionando muito bem e embala a cena.
Outro ponto forte, que podia ter sido complicador, é ter crianças como protagonistas. O casting de elenco funcionou muito bem. O garoto Oakes Fegley já tem alguns papéis no cinema no seu currículo. No entanto, é a estreante Millicent Simmonds que mais chama a atenção. Ela soube passar toda a emoção e seus sentimentos através dos seus olhares de criança tímida e assustada.
Filme: Sem Fôlego (Wonderstruck)
Direção: Todd Haynes
Elenco: Oakes Fegley, Millicent Simmonds, Julianne Moore
Gênero: Drama
País: EUA
Ano de produção: 2017
Distribuidora: H2O Films
Duração: 1h 57 min
Classificação: 10 anos
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