Prestes a ser lançado quando a pandemia estourou, no início de 2020, Um Lugar Silencioso: Parte 2 precisava mesmo de quase um ano para ser lançado. É para ser visto na tela do cinema. E já pode estar relacionado na galeria das melhores continuações de uma iguaria hollywoodiana.
Continuação direta do filmaço original homônimo de 2018, a história começa mostrando como tudo começou, inclusive amarrando algumas pontas soltas deixadas anteriormente. São 12 minutos iniciais de puro domínio cinematográfico de John Krasinski como ator, roteirista e sobretudo, diretor dessa sua criação.
A maneira como ele trabalha a tensão e a precisão técnica amarrando terror e suspense, dá certo frescor ao cinemão norte-americano, ainda mais numa continuação. A família Abbot, agora liderada por Evelyn (Emily Blunt, ótima), segue a procura de sobrevivência, agora com apoio de Emmett (Cillian Murphy), ainda lidando com a amargura do mundo em frangalhos que vive.
Ainda que a linha narrativa não evolua para muito além do que já sabemos, os personagens se desenvolvem através do que a história acrescenta ao fim do primeiro filme. Por isso a personagem da Regan (a maravilhosa Millicent Simmonds), a filha deficiente auditiva, é tão seminal não só para trama, mas para o próprio filme. Krasinski sabe da complexidade que ela traz para a história e a usa como condutora do desenvolvimento do roteiro.
Essa esperteza deixa o filme muito mais substancial que apenas uma continuação oportunista de uma ideia bem sucedida. O pulso do filme está bem fundamentado nela e o domínio do gênero respaldado nele. Só isso já faz de Um Lugar Silencioso: Parte 2, um dos melhores filmes do ano. Já sabemos que o estúdio quer aumentar as possibilidades do filme como franquia. O que traz preocupação. Então, aproveitem o nível que ele chega nesse filme, antes que seja deturpado pela própria indústria que faz parte.
Nota: Fantástico 4,5 de 5 estrelas
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