No atual cenário do humor americano um dos nomes que vem despontando é o de Melissa McCarthy. Depois de fazer sucesso em séries de TV, como “Gilmore Girls” e “Mike & Molly”, ela chamou a atenção de todo mundo com sua interpretação na comédia “Missão Madrinha de Casamento” e chegou até a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de 2011. Portanto, foi uma questão de tempo até se tornar protagonista, como neste “Uma ladra sem limites” (Identity Thief).
No filme, Melissa vive Diana, uma esperta golpista cheia de truques cujo passatempo favorito é criar falsos cartões de crédito para gastar à vontade e colocar na conta nas costas de suas vítimas. O seu esquema estava dando certo até ela roubar a identidade de Sandy Patterson (Jason Bateman), um cara todo certinho e que está prestes a ser preso e perder seu emprego por causa de suas fraudes. Ele decide, então, atravessar o país atrás da ladra e levá-la da Flórida ao Colorado para responder por seus crimes.
O que Sandy não contava é de que, no encalço de Diana, estão uma dupla de assassinos mandados por um traficante de drogas (Jonathan Banks) e um caçador de caloteiros ensandecido, vivido por Robert Patrick (O T-1000 de “O Exterminador do Futuro 2”). Mesmo se estranhando no início (e tentando um passar a perna no outro, o que rende alguns momentos divertidos), os dois acabam descobrindo que têm mais em comum do que imaginavam e criam uma improvável parceria durante a jornada.
O diretor Seth Gordon, o mesmo do engraçadinho “Quero Matar Meu Chefe”, sabia que tinha dois ótimos atores como seus protagonistas e deixa tanto Jason Bateman quanto Melissa McCarthy brilharem com os seus papéis. Os dois atores mostram que estão em boa forma e provocam o riso no espectador, especialmente nas cenas em que Diana tenta se livrar do incômodo Sandy. A dinâmica da dupla lembra a de Steve Martin e John Candy no impagável “Antes Só Que Mal Acompanhado”. Pena que, fora isso, “Uma ladra sem limites” não oferece muito mais e se torna em alguns momentos uma comédia que gera, no máximo, um sorriso amarelo.
Pelo menos, o filme não se preocupa em ser politicamente correto, já que há momentos em que as piadas estão no absurdo das situações, especialmente na sequência do hotel envolvendo Diana, Sandy e Big Chuck (Eric Stonestreet). Mas a produção derrapa feio na parte final, quando há um sentimentalismo bobo e implausível em relação aos personagens, colocado de um jeito forçado pelo roteiro de Craig Mazin (o mesmo de “Se Beber, Não Case – Partes II e III”).
Outra falha grave no filme está no desperdício do resto do elenco. Bons atores como Amanda Peet (que faz a esposa de Sandy), John Cho, e Jon Favreau (diretor dos dois primeiros filmes da série “Homem de Ferro”) têm pouco a fazer com seus papéis. Mesmo assim, o espectador pode deixar algumas gargalhadas serem roubadas pela esperta Diana e o não tão bobo assim Sandy, bem defendidos por seus intérpretes.
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