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"Vingadores: Guerra Infinita", a super aventura Marvel

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Excesso e ambição. Essas palavras são indissociáveis de “Vingadores: Guerra Infinita” (Avengers: Infinity War EUA/2018). Mais para o bem do que para o mal, o megaevento da Marvel peca mesmo pelo excesso. E não poderia ser diferente. Foram dez anos de histórias  em um universo compartilhado, interligadas num crescendo que culminaria em algo que remetesse diretamente às aclamadas sagas dos quadrinhos. Para o fã que saiu de “Capitão América: Guerra Civil” com a sensação de ter assistido a uma partida de futebol colegial, “Guerra Infinita” vem como mostra definitiva da grandiosidade do Universo Cinematográfico Marvel (MCU).
A trama traz, enfim, a grande ameaça cósmica que vinha sendo preparada desde a cena pós-créditos de “Os Vingadores”: Thanos (Josh Brolin). Um déspota da infâmia intergalática, com objetivo de coletar todas as seis Joias do Infinito, artefatos de poder inimaginável, e usá-las para infligir sua vontade distorcida em toda a realidade. Resta aos Vingadores unirem-se a novos aliados para lutar nesse momento crucial em que o destino da Terra e da própria existência nunca foi tão incerto.

Como toda ambição tem seu preço, há efeitos colaterais. Alguns agrupamentos de heróis se dão de forma um pouco rasteira em prol do andamento da trama; o equilíbrio entre a comédia e a ação prometida tem seus deslizes. Algumas piadas funcionam, enquanto outras entram em momentos equivocados. Não chega a ser uma galhofa como “Thor Ragnarok”. Afinal, trata-se do prato principal, não de um filme menor. Mas se o humor fosse um pouco mais comedido, estaria mais de acordo com o tom pretendido para a trama no geral. No entanto, em mãos menos hábeis do que as dos irmãos Anthony e Joe Russo, “Guerra Infinita” poderia ser um total desastre.
A base de inspiração é a saga dos quadrinhos “Desafio Infinito”. A premissa é basicamente a mesma. Juntar todos os heróis que passaram pelas telonas em pouco mais de duas horas e meia de projeção poderia trazer o problema muito comum até em elencos menos inflados, que é o de personagens subaproveitados. Porém, o roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely (responsáveis pelos scripts de “Capitão América 2 : O Soldado Invernal” e “Guerra Civil”) é hábil em trabalhar cada núcleo dos heróis, não deixando ninguém sem relevância.

Thanos é a estrela desse terceiro episódio da super equipe. Roteiro e direção conseguiram construir um vilão imponente e ameaçador como nos quadrinhos, e já pode configurar na galeria das nêmesis mais marcantes de filmes de super-heróis. Isso também graças a um inspirado trabalho de Brolin, mesmo sob pesada maquiagem combinada com CGI, constrói um personagem rico dramaticamente, que, apesar de um propósito banal, possui nuances e até sutilezas.
Cenas para fã de quadrinhos nenhum colocar defeito surgem em profusão na pândega super heroica dos Russo. A dupla mostrou que cenas de ação de tirar o fôlego são sua especialidade em “O Soldado Invernal”, e dão mais uma prova desse poder de fogo nesse aqui. E ver o Homem-Aranha ainda mais integrado no MCU proporciona uma alegria infantil, assim como o protagonista do novo fenômeno da Marvel, “Pantera Negra”. Também é divertidíssima a interação entre o Homem de Ferro e o Doutor Estranho. Isso se dá pelo carisma de Robert Downey Jr. (sempre dando a entender que está se divertindo) e de Benedict Cumberbatch, ambos bastante à vontade nos papéis.

“Vingadores: Guerra Infinita” é apenas a primeira parte do último ato dessa etapa do MCU como o conhecemos. A conclusão se dará com “Vingadores 4”, no ano que vem. Até lá, muitas especulações surgirão em torno dos ganchos deixados por esse filme. Isso faz parte do planejamento da Marvel, de criar algo tão grandioso e ao mesmo tempo fazer cada espectador, cada fã, se sentir como parte integrante.
Filme: Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War)
Direção: Anthony Russo & Joe Russo
Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Chris Hemsworth
Gênero: Aventura, Ação
País: EUA
Ano de produção: 2018
Distribuidora: Disney/Buena Vista
Duração: 2h 36min
Classificação: 12 anos

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