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Bitscópio: Suikoden V

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Eu sei o quanto tem gente ansiosa para ver eu falando de algum dos inúmeros Final Fantasys ou Chrono Trigger quando eu falo dos RPGs de computador ou videogame, porém, enquanto eu tinha meu antigo PS2, eu me deparei com um jogo que simplesmente foi muito mais emocionante de terminar do que qualquer outro que eu já tivesse jogado: Suikoden V.

Eu sei que Suikoden 2 era superior em história e personagens e, segundo consta, um dos melhores jogos de RPG já feitos para qualquer plataforma. Ele é para a série a mesma coisa que Final Fantasy VII é para aquela franquia. Porém, Suikoden parece ser a série de jogos que mais se manteve linear em sua história, evitando mudar de mundos ou criando regras específicas para cada jogo, seguindo um padrão menos fantasia medieval ou mundo cyberpunk dando preferência a um ambiente que parece estar saindo do renascentismo em direção à revolução indústrial.

O jogo se passa no mundo de Falena, um reino comandado por uma rainha Arshtat que tem a Runa do Sol, uma das Runas Verdadeiras da série, que guarda grande poder e seu marido, Ferid. Começamos o jogo comandando o Príncipe do reino, mandado à cidade de Lordlake, devastada pelo poder da Rainha devido a uma traição há alguns anos. Com ele estavam Sialeeds, sua tia e irmã da rainha, Lyon e George, seus guarda costas. Enquanto isso, acontecem os preparativos para os jogos sagrados onde irão o futuro marido da filha mais nova de Arshtat, Lymsleia, ainda uma criança, mas que entende suas obrigações como futura rainha do reino, já que estamos em uma monarquia matriarcal.

Enquanto os preparativos dos jogos acontecem, conhecemos as duas casas de nobreza do reino: Os Godwin e os Barows, cada um com suas intenções de conseguirem um campeão nos jogos que se case com Lymsleia e dê poder a àquela casa. Após os combates e diversos plots políticos se desenvolvendo, os Godwin ganham por meio de trapaça (eles envenenam Belcoot, o guerreiro neutro que tinha tudo para ganhar e ser rei) e antes que fossem desmascarados, atacam o castelo usando um grupo de assassinos, matando Arshtat e Ferid e sequestrando Lymsleia

O príncipe, Sialeeds, Lyon e George conseguem escapar e se tornam fugitivos do novo reinado dos Godwin com ajuda dos Barows. A partir daí há a luta para conquistar mais aliados (as famosas 108 Estrelas do Destino) que irão ajudar, e muito, a derrubar os Godwin e seus exércitos.

Conforme o jogo prossegue e mais aliados são assinalados, os exércitos de cada lado podem ganhar novos generais, que podem conferir diversos bônus de combate. É, é isso mesmo que você leu, existem batalhas campais no jogo além das já famosas lutas conforme se caminha pelos campos, masmorras, cavernas e castelos.

O sistema de luta do jogo se divide em três aspectos bem distintos. O primeiro e mais básico é o usado quase que constantemente no jogo, onde o seu grupo, quando confrontado, entra em uma tela de combate em que podemos ver até seis personagens, com a formação escolhida e o grupo adversário. Cada formação tem suas características, desde bônus à defesa até chance maior de combos e, dependendo dos membros, ataques combinados.

O segundo aspecto é o combate campal, que pode envolver tanto exércitos quanto navios. É basicamente um esquema de pedra, papel e tesoura com um tipo de unidade sendo forte contra um e fraco contra outra. Conforme se adquire personagens, estes podem dar bônus e poderes aos exércitos aos quais são selecionados para fazer parte. E isso é muito importante conforme as batalhas finais se aproximam.

Por fim, o terceiro aspecto é o duelo. Basicamente temos 2 personagens combatendo um contra o outro usando 3 possíveis movimentos. A escolha do movimento varia conforme o tempo, e a intenção é ler seu adversário e aplicar um contra ataque nele sem deixar o inverso acontecer com você.

Alguns personagens clássicos da série voltam a aparecer, como o caso de Viki, Jeane, e Leknaat. Da metade para frente, os recrutas começam a construir seu próprio castelo e, dependendo de quem se chama, algumas novas alas surgem, bem como a casa de banho que, dependendo de quem estiver no grupo selecionado, desencadeia uma série de conversas bem descontraídas entre os personagens dentro da água.

O lado RPG do jogo é muito bom, podendo colocar runas em alguns personagens que lhes darão alguns bônus em combate, como mais vida ou maior chance de críticos. Foi numa dessas que aconteceu um dos eventos mais legais da minha vida como gamer.

Como eu havia adquirido até então quase todos as 108 estrelas do destino , tinha à disposição um grupo extremamente variado de lançadores de magia, arqueiros, cavaleiro e guerreiros, sendo liderados por Belcoot em uma formação que favorecia seus skills de guerreiro, enquanto sempre tinha os lançadores de magia dando cobertura. Mas o que iria acontecer nas lutas finais talvez nem eu imaginasse ser possível. Simplesmente na luta contra os assassinos, Belcoot resolveu surtar e distribuir counters e críticos seguidos, sem dar sequer chance para qualquer adversário falar para que veio.

O chefe final foi longo, e necessitava de uma estratégia que eu tive de ir adaptando aos poucos, porque nem todos estavam no nível ideal. Talvez com um melhor treinamento eu não tivesse demorado tanto, mas eu iria terminar o jogo de forma clássica, sem roubos e sem muito treinamento de níveis. Talvez a única vez que eu senti algo assim foi muitos anos depois, no caso, o ano em que nos encontramos, quando terminei Mass Effect 2 sem ninguém morrer na missão suicída.

É uma pena que Suikoden ainda não foi adaptado para as novas gerações de consoles. Afinal, a série tem uma ótima medida de ação, humor e situações envolvendo política que poderão desencadear diversos finais distintos, cada um deles com um atrativo diferente aos fãs de RPG.

J.R. Dib

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