O pianista e compositor Felipe Senna acaba de lançar nas plataformas digitais, Overture, seu terceiro álbum e segundo ao lado de seu ensemble Câmaranóva.
As obras escolhidas para compor este projeto trazem o rico imaginário brasileiro para dialogar com a música de concerto. Elementos da cultura musical, literária e folclórica dão a elas motes e alicerces, informam e moldam sua narrativa instrumental originalmente destinada a formações sinfônicas. Revisitadas para a formação do Câmaranóva, com 17 instrumentistas, entre spallas e solistas de sólida carreira no universo sinfônico e populares virtuoses, exploram a interação entre linguagens brasileiras, sinfônicas e camerísticas.
Destaques incluem a obra Danzas No. 2, que combina influências europeias e brasileiras, e Lendas, inspirada em personagens folclóricos como o Saci, Curupira e Vitória-Régia, usando a música para representá-los. Peças como O Bailado e Valsa Chorona trazem elementos populares para a música de concerto, mostrando que essas linguagens se complementam, enquanto Jeu No. 5 encerra o álbum com uma peça que remete à infância e ao sonho, simbolizando a continuidade.
“Na literatura musical, o termo Overture significa ‘introdução’, ‘abertura’. Escolhemos esse nome como símbolo de uma campanha para a abertura de novos caminhos na música de concerto do nosso país, caminhos que reconhecem e valorizam a produção contemporânea brasileira”, explica Felipe Senna.
Para Léa Freire, “Essa obra é um marco histórico musical. Nela se comenta e se resolve de várias maneiras as falsas polêmicas entre música erudita e música popular, se revela a potência da música Brasileira, se resolvem magistralmente desafios orquestrais com poucos elementos, se inventa uma nova forma de gravação, de áudio. Para além de uma densidade emocional enorme se encontra uma inteligência arquitetônica orquestral vasta e prazeirosa. Esse é o projeto dos sonhos: composição excelente com arranjos inteligentes e sensíveis executados pela nata dos músicos Brasileiros hoje, gravados nas melhores condições conhecidas e com enorme cuidado no tratamento acústico durante mix e master. O resultado agrada e desafia e te conduz sem violência ou mesmice, tudo surpreendente e instigante, muita gente vai se inspirar nesse criador completo que é o Felipe Senna.”
Felipe Senna, reconhecido como um dos mais promissores compositores de sua geração, é vencedor de prêmios como o Concurso de Composição Camargo Guarnieri e a Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Sua obra abrange uma vasta gama de gêneros, desde suas raízes na música brasileira até criações sinfônicas, camerísticas e teatrais. Mestre em Artes com distinção pela City-University of London e bacharel em música pela Unesp, teve obras encomendadas e estreadas por orquestras e grupos de câmara do Brasil e exterior, como a Sinfônica Brasileira (OSB), Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, Jazz Sinfônica, Zurich String Orchestra (CH), Echo Chamber e Diablo Symphony (US), orquestras dos conservatórios de Rennes e Lannion (FR).
Fundado em 2017 por Senna, o Câmaranóva rapidamente conquistou seu espaço, participando de importantes eventos, como a Bienal de Música Brasileira Contemporânea e a Oficina de Música de Curitiba. O grupo também lançou uma série documental e audiovisual que culminou no primeiro álbum do ensemble, elogiado pela crítica especializada, incluindo a renomada publicação All About Jazz, que classificou o disco entre os “Top 10” do ano.
FICHA TÉCNICA
Felipe Senna – composições, direção e produção musical
CÂMARANÓVA
Jean Medeiros, flautas (s/a)
João Vitor Mendes, flautas (s/a/b)
Léa Freire, flautas (s/a/b)
Diogo Maia, clarinete
Anderson Menezes, clarinete e clarone
Douglas Braga, saxofones (s/a/bar)
Erick Ariga, fagote
Bruno Soares, trompete/flugelhorn
André Vieira, trompa
Ricardo Camargo, eufônio
Eder Grangeiro, violino
Daniel Rodrigues, violino
Gabriel Curalov, violino
Tiago Vieira, viola
Gabriel Alvico, cello
Leandro Lui, percussões
Felipe Senna, piano e direção
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